A Mitsubishi anunciou a demissão do brasileiro Carlos Ghosn da presidência do conselho da montadora nesta segunda-feira (26). Ghosn está preso em Tóquio desde a semana passada suspeito de fraude financeira. Ele nega as acusações.

O executivo já havia sido removido da gestão da Nissan e substituído no controle da Renault, na última semana. Nascido no Brasil, Ghosn, de 64 anos, foi o arquiteto da aliança Renault-Nissan e trouxe a Mitsubishi em 2016.

No domingo (25), a emissora pública NHK, do Japão, disse que o empresário havia dito aos investigadores que negava as acusações. O ex-executivo da Nissan, Greg Kelly, foi preso junto com Ghosn.

Suspeita de fraudar salário

O executivo é suspeito de ter minimizado sua renda como presidente do conselho de administração da Nissan em quase 5 bilhões de ienes (38 milhões de euros) durante cinco anos, a partir de 2011.

Ele também é acusado de ter feito o mesmo nos três exercícios fiscais seguintes, informaram na sexta-feira os jornais japoneses Asahi Shimbun e Nikkei, por um valor total de 8 bilhões de ienes (mais de 62 milhões de euros) ocultados das autoridades financeiras japonesas.

Ghosn também é suspeito de não ter declarado um bônus de mais de 30 milhões de euros, relacionado aos ganhos com suas ações, de acordo com o jornal Nikkei.

Reunião entre as três montadoras

O conselho da Nissan decidiu por unanimidade na quinta-feira (22) remover Ghosn da presidência do conselho. Os executivos tomaram sua decisão “com base na quantidade copiosa e na natureza convincente da evidência de má conduta apresentada”, disse um porta-voz da empresa.

O ministro da economia da França, Bruno Le Maire, pediu à Nissan que compartilhe “rapidamente” qualquer evidência que tenha acumulado e destacou que Ghosn permanecerá no comando da Renault “até que haja acusações tangíveis.” O governo francês detém 15% das ações da montadora.

Os executivos da Mitsubishi, Renault e Nissan estão planejando uma reunião nesta semana. O encontro deve ser realizada na Holanda, com uma videoconferência disponível para executivos que não poderão comparecer, informou o jornal japonês Yomiuri Shimbun.

 

Com agências de notícias