19/01/2001 - 8:00
Em 1999, eles fizeram uma verdadeira festança com fanfarra de metais. Em 2000, saíram-se melhor que os investimentos em renda fixa. Este ano, embora permaneçam como uma boa opção de aplicação, os fundos cambiais não deverão obter um desempenho tão espetacular quanto no passado. Eventos como a maxidesvalorização do Real, que fez a alegria dos aplicadores há dois anos, garantindo rentabilidades de até 80%, não devem se repetir tão cedo. E a tensão internacional ? alta do Euro, perspectiva de recessão nos Estados Unidos e dúvidas sobre o preço do petróleo ?, ao mesmo tempo em que gera várias possibilidades de lucro, aumenta também os riscos.
Para os especialistas, os fundos cambiais não são a primeira opção, a não ser nos casos mais tradicionais ? os investidores que por algum motivo precisam se prevenir contra variações bruscas de câmbio: empresas que trabalham com importação e exportação, pais cujos filhos estão se programando para estudar no exterior, pessoas com longas viagens à vista. ?Será principalmente uma aplicação de hedge?, explica Moacir Arnaldo Farah, administrador do fundo mais lucrativo no ano passado, o Banco do Brasil Cambial Especial Plus. Mas isso não significa que não haja perspectiva de retorno. ?No longo prazo, quando você nota que existem papéis de variação cambial mais 10% ao ano, isso é uma rentabilidade muito atraente?, complementa.
Uma novidade para os investidores, que deve estar disponível dentro de poucas semanas, são os fundos em Euro. A recuperação da moeda única européia frente ao dólar acena com boas possibilidades até o final do ano, o que levou o Hedging-Griffo, o BNP Paribas e o WestLB Banco Europeu a anunciar carteiras lastreadas no dinheiro do velho mundo. Por enquanto, porém, há apenas uma do gênero em operação, gerida pelo Pactual. Mas o lançamento de contratos em Euro na Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo deve estimular o crescimento desse tipo de fundo.