Moedas de R$ 1 com a temática da Olimpíada Rio 2016 foram lançadas pelo Banco Central (BC) entre 2014 e 2016 e hoje aparecem à venda na internet por até R$ 400. Já um modelo de moedas de R$ 10 feita de ouro foi encontrado pela reportagem do site IstoÉ Dinheiro por R$ 3.700. Mas será que valem tudo isso?

O BC lançou 16 modelos de moedas de R$ 1 de circulação comum com a temática dos esportes olímpicos e paraolímpicos. Em uma face, ela parece uma moeda comum, e na outra são mostrados esportes como boxe e atletismo paraolímpico, além dos mascotes dos jogos Vinícius e Tom.

+30 anos do real: cédulas e moedas raras podem custar até 200 vezes o valor de face

BC lançou 16 modelos de moedas de R$ 1 de circulação comum com a temática dos esportes olímpicos e paraolímpicos
BC lançou 16 modelos de moedas de R$ 1 de circulação comum com a temática dos esportes olímpicos e paraolímpicos (Crédito:Divulgação)

Também foram lançadas 16 modelos de moedas de R$ 5 feitas de prata, e quatro modelos de moedas de R$ 10 reais feitas de ouro. Estas peças foram comercializadas como colecionáveis pelo Banco Central, pelos preços de R$ 195 e R$ 1.180,00 respectivamente.

Preços na internet estão superfaturados, diz especialista

Bruno Pellizzari, vice-presidente da Sociedade Numismática Brasileira, explica que como as moedas de R$ 1 tiveram uma tiragem alta e entraram em circulação também pela rede bancária, os preços dos anúncios podem ser considerados ‘superfaturados’.  

“Essas moedas de R$ 1 é a grande especulação, a maior fábrica de fake news da numismática brasileira hoje”, afirma Pellizzari. “Elas tiveram uma tiragem de 20 milhões, uma tiragem considerada alta. Isso faz com que elas não tenham um grande valor de mercado.”

Segundo o especialista, uma moeda da coleção com pouca ou nenhuma circulação, conservada como se tivesse acabado de sair da Casa da Moeda, vale em torno de R$ 6. Já aquelas com erro de cunhagem, ou seja, falhas de impressão, por serem mais raras, podem ter valorização um pouco maior.

Pelizzari afirma que, por terem tiragens menores, de 5 mil ou 25 mil peças, as moedas comemorativas de valorizaram mais. As peças de ouro tem valor de mercado em torno de R$ 1.500 a R$ 1.700, enquanto as de prata tem valor de R$ 300 ou R$ 350.

Moeda de Ouro de R$ 10 vendida por R$ 1180 pelo Banco Central (Crédito:Reprodução/Banco Central)

“Como todo produto, o preço que a pessoa anuncia é livre. Ela pode colocar o preço que ela bem entender. Mas o valor de mercado dessas peças não ultrapassa hoje os R$ 2 mil”, alerta Pelizzari.

Para não cair em golpes ao tentar comprar ou vender moedas colecionáveis, a recomendação de Pellizzari é buscar uma loja especializada ou casa de leilões registradas na Sociedade Numismática Brasileira. “Lá eles vão poder dar uma avaliação do valor”, explica.

Moeda de prata de R$ 5 vendida pelo Banco Central, no estojo que acompanhava a compra (Crédito:Reprodução/Banco Central)

Moeda da Olimpíada de Londres

Para além das moedas do Rio 2016, uma coleção temática com a passagem da Bandeira Olimpíada de Londres para o Rio de Janeiro foi lançada em 2012. Duas peças compuseram este lançamento: uma moeda de prata com valor de R$ 5 na face e uma moeda de R$ 1.

Como a tiragem da moeda de R$ foi menor do que a das outros – foram impressas 2.016.000 peças – ela tem uma cotação maior, de em torno de R$ 100. Já a moeda de prata com esta impressão teve tiragem de 20 mil e está com cotação aproximada de R$ 400.

Moeda de R$ 1 com a temática da entrega da bandeira olímpica (Crédito:Reprodução/Banco Central)