O dólar avançou nesta quarta-feira, 19, ante rivais fortes, firmando o DXY acima de 100 pontos. O movimento foi apoiado principalmente pela desvalorização do euro e da libra, após dados indicarem arrefecimento da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no Reino Unido e na zona do euro.

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou o pregão em alta de 0,34%, a 100,281 pontos.

Por volta das 17h (de Brasília), a libra tinha queda a US$ 1,2930. A moeda britânica foi pressionada neste pregão após a CPI do Reino Unido avançar 7,9% em junho na taxa anual, desacelerando em comparação aos 8,6% registrados em maio e abaixo das estimativas do mercado. Para o BMO, o dado sustentou a narrativa de que bancos centrais estariam se aproximando do fim do aperto monetário e, segundo analistas, reduziu expectativas para a próxima alta de juros do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

O ING analisa que os dados tornam mais provável que o BC britânico eleve os juros em 25 pontos-base (pb) na decisão de agosto, apesar de não descartarem a possibilidade de um aperto mais agressivo, de 50 pb, diante do forte crescimento de salários no Reino Unido. Nesta tarde, o vice-presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) para mercados em bancos, Dave Ramsden, afirmou que mais aperto monetário pode ser necessário, caso surjam mais evidências de persistência das pressões inflacionárias no Reino Unido.

Em relatório, a Capital Economics projeta que a libra deve se desvalorizar ainda mais no segundo semestre deste ano, saindo do nível de US$ 1,29 para US$ 1,15, antes de se recuperar e operar em torno de US$ 1,25 entre 2024 e 2025. “Ainda acreditamos que os investidores estão superestimando o pico das taxas de juros neste ano e subestimando o quanto a política monetária será flexibilizada em 2024 e além”, avalia a consultoria.

O arrefecimento da inflação ao consumidor na zona do euro em junho, contrabalançada por revisão para cima no núcleo do CPI, também renovou dúvidas sobre a extensão do aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE), retirando apoio do euro. O ANZ destacou, em análise, que dirigentes do BCE reforçaram antes do período de silêncio que as taxas de juros seriam elevadas em 25 pb na próxima semana, contudo, deixaram em aberto se novas altas seriam necessárias em setembro. No horário citado, o euro recuava a US$ 1,1202.

Ainda no radar, o dólar avançou a 139,70 ienes, após o presidente do Banco do Japão (BoJ, em inglês), Kazuo Ueda afirmar que ainda existe alguma distância a percorrer para se alcançar a meta de 2% de inflação de forma sustentável e estável, sinalizando continuidade da política monetária ultra-acomodatícia.