02/01/2024 - 18:35
O dólar se valorizou hoje, em movimento impulsionado por indicadores modestos da Europa e também pelo avanço dos retornos dos Treasuries. Nesse quadro, mesmo dados mistos dos Estados Unidos não foram suficientes para brecar o movimento.
No fim da tarde, o dólar subia a 141,85 ienes, o euro recuava a US$ 1,0949 e a libra tinha baixa a US$ 1,2624. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,85%, a 102,200 pontos, de volta à marca de 102 pontos.
Os ganhos dos juros dos Treasuries ocorreram em meio a ajustes no mercado sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Nesse quadro, o ajuste nessa perspectiva para o BC dos EUA também apoiou o dólar. A chance de o Fed manter sua taxa básica inalterada ao fim deste primeiro trimestre avançou 10 pontos porcentuais de ontem para hoje, a 21,4%, de acordo com monitoramento do CME Group.
Na agenda de indicadores, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da zona do euro subiu a 44,4 na leitura final de dezembro, segundo a S&P Global, mas continuou bem abaixo da marca de 50, que separa contração da expansão nessa pesquisa. O PMI do Reino Unido caiu a 46,2 em dezembro. Nesse quadro, o euro e a libra ficaram sob pressão, com o dólar apoiado mesmo após o PMI da indústria dos EUA também mostrar baixa, a 47,9 na leitura final de dezembro.
“A decisão pacífica do Fed do mês passado foi uma virada de jogo para o dólar, mas acreditamos que os mercados estão começando a perceber que a economia dos EUA permanece robusta no quarto trimestre e provavelmente permanecerá assim em 2024, o que certamente não exigiria seis cortes de taxas por parte do Fed este ano”, avalia o BBH. “Uma recuperação sustentada do dólar dependerá realmente dos dados dos EUA. Ao longo das últimas semanas, as leituras têm sido bastante firmes e por isso continuamos a acreditar que as atuais expectativas de flexibilização do mercado estão erradas. Até que estas expectativas mudem, no entanto, é provável que o dólar permaneça vulnerável”, conclui.