O dólar passou a avançar contra o euro e a libra esterlina, além de acelerar alta sobre o iene, após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o do anúncio da pausa de 90 dias nas tarifas superiores a 10% aplicadas sobre os países que não retaliaram os Estados Unidos.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,05%, para 102,900 pontos. A moeda americana se valorizava a 147,93 ienes. O euro recuava para US$ 1,0948, enquanto a libra esterlina era negociada em baixa, a US$ 1,2813. O dólar despencou ante moedas como o peso mexicano, o rand e o dólar canadense com a melhora do ambiente ao risco.

Mesmo antes da divulgação da ata do Fed, o adiamento das tarifas pelo presidente Donald Trump impulsionou uma forte recuperação do dólar ante as mínimas registradas nesta manhã.

A medida sinalizou uma mudança repentina para uma perspectiva mais otimista em relação à economia americana. A mudança se deu apesar do anúncio, feito também no início da tarde desta quarta-feira, de um aumento imediato das tarifas sobre produtos chineses, para 125%.

O dólar mais fraco vinha sendo visto como um contrapeso às tarifas mais altas, afirma Robert Fox, do CoBank, tendo se desvalorizado 5% desde janeiro e compensado o efeito das tarifas em alguma medida.

O yuan chinês ainda tem espaço para cair após atingir a mínima em 17 anos frente ao dólar, dizem analistas do Barclays em um relatório. Além de ficar fora da suspensão de tarifas anunciada por Trump, a China terá de arcar com uma sobretaxa total de 125% sobre os produtos que exporta para os EUA, com vigência imediata, conforme anúncio de Trump.

“Nossa análise mostra que ainda há um espaço considerável para um prêmio tarifário adicional no USD/CNY, de pelo menos 10%”, afirmam. Os analistas esperam que as novas tarifas possam elevar a taxa de câmbio para 9,0, embora esse cálculo tenha sido feito antes de a China aumentar suas tarifas sobre as importações dos EUA para 84% e Washington responder com tarifas de 125%.

Já o dólar canadense subiu acentuadamente após o anúncio da pausa nas tarifas. A medida deve reduzir, por ora, a probabilidade de uma recessão nos EUA, levando os traders a retomarem o consenso anterior de que o banco central do Canadá manterá sua taxa básica inalterada na próxima semana.

O dólar no mercado paralelo da Argentina, conhecido como dólar blue, caiu para 1.355 pesos argentinos, pouco abaixo do fechamento de ontem. Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou um acordo de nível técnico para conceder à Argentina uma linha de crédito de US$ 20 bilhões.

*Com informações da Dow Jones Newswires