07/05/2025 - 17:16
O dólar ganhou força frente às principais moedas globais nesta quarta-feira, após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter entre 4,25% e 4,50% as taxas básicas de juros da economia americana. O rumo foi consolidado por sinalização do presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, de que segue sem pressa para mudar a política monetária. Antes do anúncio, o dólar já avançava, impulsionado pela notícia de que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro do conselho de Estado da China, He Lifeng, deverão se reunir ainda nesta semana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,38%, para 99,614 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar avançava para 143,72 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1315 e a libra esterlina era negociada em baixa, a US$ 1,3302.
Os investidores ainda digeriam a entrevista coletiva de Powell, que afirmou que as incertezas provocadas pelo tarifaço de Donald Trump provocam uma tensão entre os dois mandatos do Fed – inflação na meta e pleno emprego -, mas ressaltou que, por ora, a política monetária está bem posicionada.
O início das negociações entre EUA e China pode aumentar as expectativas sobre uma desescalada das tensões comerciais e impulsionar o apetite por risco, levando a uma recuperação do dólar, diz em nota Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank. “A guerra comercial deveria aumentar a demanda pelo dólar como porto seguro, mas isso não aconteceu”, observa.
Em relação aos juros nos EUA, Ozkardeskaya afirma que o Fed deve esperar para ver como as negociações comerciais evoluem e qual será o impacto das tarifas de comércio exterior no crescimento e na inflação.
Já o euro pode se beneficiar da desdolarização nas reservas cambiais, especialmente com a saída de importantes investidores asiáticos do mercado de dívida americana, mas ainda há trabalho a ser feito para aumentar a atratividade dos ativos denominados na moeda europeia, dizem analistas do ING. “Se o apetite dos bancos centrais por euros voltar aos níveis do início dos anos 2000, as reservas cambiais denominadas em euro poderiam aumentar em até cerca de 450 bilhões de euros.”
*Com informações da Dow Jones Newswires