O dólar se fortaleceu frente a seus principais pares globais ao longo desta terça-feira, 10, impulsionado pelas perspectivas de um desfecho positivo nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, que avançam pelo segundo dia em Londres.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,16%, a 99,098 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 144,83 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1434 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3505.

Mesmo fechando em alta, o DXY perdeu parte dos ganhos do início da sessão, com os investidores adotando uma postura mais cautelosa antes da divulgação dos dados de inflação dos EUA e dos leilões de Treasuries desta semana, nos quais uma demanda fraca pelos títulos americanos poderia pressionar o dólar para baixo.

“O único potencial de alta para o dólar nesta semana depende das negociações comerciais entre EUA e China em Londres, embora nenhum resultado significativo tenha sido divulgado até agora”, diz em nota Antonio Ruggiero, da Convera, fintech com foco em operações de câmbio.

Os ganhos do dólar permanecem limitados, afirmam em nota os analistas do IG Group. Segundo eles, o sentimento em relação à moeda americana continua frágil devido às preocupações com a “política comercial errática e os riscos fiscais” nos EUA.

A baixa demanda pelo leilão de US$ 58 bilhões em T-notes de 3 anos realizado hoje intensificou a pressão sobre a moeda americana. Chris Turner, chefe global de mercados do ING Group, alertou que, caso investidores estrangeiros busquem reduzir sua exposição a ativos denominados em dólar, existe o risco de que não reinvistam em novos títulos do Tesouro dos EUA. “Um leilão fraco poderia reacender a narrativa de um dólar mais fraco”, disse antes da realização do leilão.

A libra esterlina se desvalorizou diante do dólar e do euro nesta terça-feira, após dados mostrarem aumento do desemprego e queda no crescimento dos salários no Reino Unido. Os números reforçam as perspectivas de que o Banco da Inglaterra continuará cortando as taxas de juros. “O relatório incentivou alguma venda da libra”, diz em nota Lee Hardman, do MUFG.

*Com informações da Dow Jones Newswires