O dólar se valorizou frente às principais moedas globais nesta sexta-feira, 16, após a divulgação da piora das expectativas de inflação da pesquisa da Universidade de Michigan, que pode ser um fator limitador para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortar a taxa básica de juros, caso a dinâmica continue.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,21%, a 101,092 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 145,98 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1151 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3277.

O índice de sentimento do consumidor americano caiu ao segundo patamar mais baixo da história do indicador. A pesquisa da Universidade de Michigan mostrou ainda que as expectativas de inflação em 12 meses subiram de 6,5% em abril para 7,3% em maio, ainda em caráter preliminar.

O levantamento, porém, não retrata completamente o efeito da trégua de 90 dias nas tarifas de comércio exterior entre China e EUA, definida em acordo entre os dois países no início da semana.

No longo prazo, a quebra da correlação positiva entre a aversão ao risco e o dólar pode provocar mais desvalorização da moeda americana, dizem os analistas da Neuberger Berman. Segundo eles, os investidores americanos podem deixar de ver o dólar como uma moeda de refúgio ou exposições não protegidas ao dólar como uma fonte de diversificação, afirmam.

Francesco Pesole, analista do ING, diz que o euro pode estender seus ganhos atuais contra o dólar, à medida que especuladores continuam apostando contra a moeda americana. Os mercados e as previsões de consenso parecem estar se alinhando para mais dois cortes de taxa de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) neste ano. No entanto, os riscos continuam inclinados para um dólar mais fraco, diz Pesole.

“Ainda vemos US$ 1,12 como um bom ponto de ancoragem de curto prazo para o euro, embora a tendência pareça ser a de testar US$ 1,13 em vez de US$ 1,11 no curto prazo, devido à contínua venda estratégica do dólar”, observa o analista do banco europeu.

*Com informações da Dow Jones Newswires