24/04/2024 - 17:14
O dólar se valorizou ante o iene nesta quarta-feira, 24, renovando máximas desde 1990, o que renovava discussões sobre eventual intervenção de autoridades do Japão para conter o movimento. Além disso, o euro oscilou perto da estabilidade, com dado da Alemanha e declarações do Banco Central Europeu (BCE) no radar.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 155,28 ienes, o euro recuava a US$ 1,0703 e a libra tinha alta a US$ 1,2465. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,17%, a 105,857 pontos.
O dólar teve alguma recuperação, após perdas de ontem, mas com impulso limitado. O BBH avalia que dados ainda fortes de atividade dos EUA e a persistência da inflação no país devem continuar a apoiar a moeda norte-americana, e o banco de investimentos também dizia ver mais espaço para ganhos, enquanto o mercado se ajusta à postura que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve adotar nesse contexto.
Hoje, o dólar superou a marca de 155 ienes pela primeira vez desde 1990. Na avaliação do Swissquote, será difícil reverter a pressão de baixa sobre a moeda japonesa no médio prazo, a menos que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) sinalize que pode elevar mais os juros “no futuro previsível”. O Bank of America (BofA), por sua vez, via risco de intervenção após a reunião de política monetária do BoJ, que acontece nesta quinta-feira e na sexta-feira. Havia ainda um debate sobre se o nível para haver uma intervenção havia sido esticado por autoridades japonesas.
No caso do euro, houve apoio modesto ante o índice Ifo de sentimento das empresas na Alemanha, que subiu de 87,9 pontos em março a 89,4 em abril, quando analistas ouvidos pela FactSet previam 89,0. Entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel disse que um eventual primeiro corte de juros em junho não será necessariamente seguido por uma série de reduções adicionais.
Sobre emergentes, a Capital Economics afirmava que a fraqueza generalizada dessas divisas frente ao dólar podia já ter em grande medida se concretizado nas cotações. Para a consultoria, embora alguns bancos centrais emergentes possam desacelerar seus ciclos de relaxamento, não deve haver grandes mudanças na política. No caso de moedas latino-americanas, o tema também está bastante em foco, com a postura do Fed e também questões locais como influências para a atuação de bancos centrais da região.