O dólar recuou nesta segunda-feira, 29, com o iene apoiado em meio a relatos de que o Japão interveio no mercado cambial, após a moeda local registrar mínimas em 34 anos, sob pressão recente. Além disso, o euro subiu, com algum apoio depois de dado de inflação da Alemanha e em meio a declarações do Banco Central Europeu (BCE).

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 156,07 ienes, o euro subia a US$ 1,0724 e a libra tinha alta a US$ 1,2563. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,34%, a 105,579 pontos.

Fontes ouvidas pela Dow Jones Newswires afirmaram que o governo japonês interveio, após o iene renovar mínimas em 34 anos frente ao dólar. Uma confirmação oficial sobre o fato viria apenas mais adiante. A principal autoridade para o câmbio do Ministério das Finanças do Japão, Masato Kanda, afirmou que o governo do país “continuará” a responder a variações cambiais abruptas, ao sugerir que o governo poderia ter intervindo no mercado.

Na avaliação da Capital Economics, porém, os argumentos para a intervenção são fracos, diante dos diferenciais das taxas de juros. A consultoria diz ser questionável se o país que luta há anos contra a deflação deveria resistir a uma queda de sua moeda. O BBH afirmou que, apesar da recuperação de hoje, o iene deve continuar a ser pressionado, diante das divergências de políticas monetárias, sendo o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) bem mais dovish neste momento.

O euro, por sua vez, estendeu um pouco ganhos, após dado da Alemanha. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país subiu 2,2% em abril, o que repetiu a leitura de março, na preliminar divulgada mais cedo.

Analistas, porém, previam alta um pouco maior, de 2,3%. Na zona do euro, o índice de sentimento econômico caiu de 96,2 em março a 95,6 em abril, ante previsão de 96,3. A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, discursou hoje com foco na Europa, e avaliou que a inflação local desacelera, mas alertou para o crescimento “fraco” e a dívida elevada entre os países do continente em geral.

Entre moedas emergentes, o dólar subia a 876,8450 pesos argentinos. No Congresso do país vizinho, deputados debatiam o novo projeto de reformas econômicas e do Estado do presidente Javier Milei, que tenta ainda emplacar uma vitória no Legislativo. Enquanto isso, a imprensa local reportava que duas paralisações interrompiam exportações agrícolas, essenciais para o país conseguir mais dólares.