O dólar prolongava a queda da véspera ante a maioria das principais moedas no exterior, revertendo o ímpeto visto mais cedo, diante da continuidade do ambiente propício ao risco na esteira do cessar-fogo entre Israel e Irã e da expectativa de desaceleração da economia dos EUA. O euro e libra aceleraram alta e alcançaram os maiores níveis em pelo menos três anos e meio ante o dólar durante a tarde. Na esfera da política monetária, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, manteve a mensagem do Fed, mas citou que a inflação atualmente está “em um bom lugar”, o que deixou espaço para ampliação da aposta em corte da taxa de juros em julho, ainda que a hipótese de manutenção siga predominante.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,18%, a 97,679 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia a 145,18 ienes, o euro se apreciava a US$ 1,1665 e a libra tinha alta a US$ 1,3670.

Perto das 16h22, a ferramenta FedWatch, do CME Group, indicava 24,8% de probabilidade de o Fed reduzir a taxa básica americana já na próxima reunião, no mês que vem. Ontem, esse cenário aparecia com 18,6%. A ainda majoritária hipótese de manutenção no próximo encontro havia caído de 81,4% para 75,2%.

Na audiência no Senado, Powell repetiu o discurso de ontem na Câmara, reiterando a postura de aguardar para ver como as tarifas impactam o cenário prospectivo inflacionário, o que desencadeou novas críticas do presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano disse que já iniciou o processo de escolha de um novo nome para liderar o banco central americano. Segundo ele, há “três ou quatro” pessoas na lista de possíveis indicados.

O dólar pode se desvalorizar ainda mais, já que o crescimento econômico dos EUA parece estar se moderando, afirmou Meera Chandan, analista do JP Morgan, na perspectiva de meio de ano do banco. Dados recentes dos EUA mostram sinais de desaceleração, afirmou.

O banco espera que o crescimento dos EUA desacelere mais do que o de outras economias de mercado desenvolvidas e mais do que o da maioria das economias de mercado emergentes. O dólar também enfrenta o impacto da política fiscal de apoio ao crescimento fora dos EUA, disse. O JP Morgan espera que o índice do dólar DXY recue 5,7% no próximo ano.

*Com informações da Dow Jones Newswires