21/05/2025 - 17:20
O dólar caiu ante as principais moedas nesta quarta-feira, 21, acumulando a terceira sessão consecutiva de perdas e queda semanal acima de 1%, pressionado por incertezas fiscais nos Estados Unidos.
O índice DXY,que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuou 0,55%, para 99,559 pontos.
Por volta das 17 horas (horário de Brasília), o dólar cedia a 143,63 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1331 e a libra esterlina subia para US$ 1,3426.
O enfraquecimento do dólar reflete, em parte, o avanço de um pacote fiscal no Congresso dos EUA que combina cortes de impostos e aumento de gastos em áreas estratégicas, o que reacende temores sobre o aumento do déficit do orçamento.
“Com as manchetes geopolíticas recentes, investidores começam a concluir que Trump pode enfrentar vários obstáculos relevantes em seu mandato e na implementação de políticas”, avaliou Filip Lagaart, da FXStreet.
O receio sobre o quadro fiscal americano tem ofuscado a busca do dólar como refúgio em momento de piora de tensões geopolíticas, favorecendo outras moedas. Mais cedo, os mercados assimilaram informação, segundo reportagem da CNN, de que Israel estaria preparando um ataque a instalações nucleares iranianas, o que tem alimentado a busca por ativos considerados porto seguro, como o iene e o franco suíço.
O dólar, contudo, acelerou a queda durante a tarde após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o líder do Hamas, Muhammad Sinwar, “aparentemente” foi morto durante uma operação
Apesar do impacto moderado, o recente rebaixamento da nota de crédito soberano dos EUA pela Moodys adiciona à narrativa de perda de confiança nos ativos americanos, segundo analistas do Commonwealth Bank of Australia.
A libra esterlina, por sua vez, tocou o maior nível desde fevereiro de 2022, a US$ 1,347, após dados de inflação britânica em abril superarem as projeções do mercado.
O governo japonês reiterou que as discussões sobre taxas de câmbio devem considerar o consenso de que volatilidade excessiva é indesejável. Washington e Pequim devem iniciar negociações tarifárias na sexta-feira. Para Derek Halpenny, estrategista do MUFG, qualquer sinal de que os EUA pressionarão parceiros asiáticos a reduzir intervenções de compra de dólares pode acelerar a fraqueza da moeda norte-americana.
*Com informações da Dow Jones Newswires