05/09/2025 - 17:27
O dólar operou em queda nesta sexta-feira, 5, refletindo o payroll de agosto com criação de vagas bem abaixo do esperado, o que aumentou as perspectivas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Além disso, a moeda foi pressionada pela possibilidade de a economia americana entrar em quadro de forte queda na atividade, incluindo o risco recessivo. Na Europa, os temores fiscais persistem, com a disparada nos títulos longos observadas e a crise política na França, que tende a derrubar o primeiro-ministro François Bayrou na próxima segunda-feira.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,59%, a 97,768 pontos. Na semana, ficou perto da estabilidade, com queda de 0,01%. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se valorizava a US$ 1,1716 e a libra tinha avanço a US$ 1,3505. A moeda americana tinha queda ante a japonesa, cotada a 147,48 ienes.
“Outro relatório fraco sobre a folha de pagamento não agrícola colocou o dólar em desvantagem novamente, mas, dada a extensão da flexibilização do Fed já descontada, continuamos acreditando que o dólar permanecerá limitado a uma faixa de juros nas próximas semanas”, aponta a Capital Economics. “Embora o fraco crescimento do emprego aponte para riscos de queda para a economia e as expectativas de taxas de juros dos EUA, duvidamos que o Fed corte as taxas tão rapidamente e tão longe quanto agora descontado, quando a inflação dos EUA ainda está acima da meta e o crescimento do PIB está no caminho para um robusto terceiro trimestre”, pondera.
Os dados de inflação dos EUA da próxima semana provavelmente consolidarão as expectativas de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na semana seguinte, mas, dado que o mercado monetário está novamente colocando probabilidades significativas em um corte de 50 pontos-base na taxa, a barra para um resultado dovish do Fed parece extremamente alta, projeta a consultoria.
O Rabobank considera a libra particularmente suscetível a nervosismo na ponta longa da curva. “Isso está relacionado ao déficit em conta corrente do Reino Unido, que pode tornar a libra sensível a más notícias na área fiscal. Embora o nervosismo do mercado de títulos do governo britânico tenha passado esta semana, em vista da difícil situação fiscal, o mercado provavelmente permanecerá sensível a notícias que possam impactar o resultado do orçamento de 26 de novembro”, avalia. Apesar da queda do dólar hoje, vemos espaço para a libra cair para US$ 1,33, em uma visão de 3 meses.