O dólar registrou queda em comparação com outras moedas fortes nesta segunda-feira, 29, com investidores receosos por uma possível paralisação das atividades do governo dos Estados Unidos, em meio a impasse orçamentário, e esperando dados que podem impactar o ritmo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu em 0,25%, a 97,906 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o dólar caia a 148,63 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1730 e a libra avançava a US$ 1,3438.

O Congresso tem até amanhã para aprovar uma legislação de financiamento que evite a paralisação do governo. O quadro impôs pressão sobre o dólar, mas o efeito de eventual shutdown não deve ser duradouro, na visão da UBS WM. Por outro lado, o plano de cessar-fogo em Gaza apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, nesta tarde ficou em segundo plano.

Expectativas por dados de emprego previstos para serem divulgados nesta sexta-feira no relatório payroll também afetam a moeda norte-americana, segundo análise do banco MUFG. Caso o mercado de trabalho permaneça enfraquecido, pelo menos mais um corte nos juros deve acontecer e o dólar deve cair ainda mais, de acordo com a análise. Entretanto, os números podem não ser publicados caso a paralisação do governo dos EUA aconteça, situação que deixa os investidores ainda mais temerosos, segundo a FP Markets.

A UBS WM prevê uma desvalorização do dólar pelos próximos seis a 12 meses, sugerindo que os investidores procurem a diversificação de portfólio para outras moedas, como o euro e o dólar australiano.

Na América Latina, o peso argentino voltou a registrar baixa após o governo da Argentina dar um passo atras no processo de dissolução do cepo cambial, restringindo operações do dólar no país. A moeda reverte parte dos ganhos da semana passada, registrados depois das promessas de apoio dos EUA. O dólar subia a 1.357,9819 pesos, enquanto o dólar blue era cotado em 1.430 pesos, de acordo com o Clarín.

*Com informações do Dow Jones Newswires