27/08/2025 - 17:24
O dólar operou perto da estabilidade nesta quarta-feira, 27, ante os principais rivais, em uma sessão na qual chegou a operar com ganhos. Em dia de agenda esvaziada, o destaque seguiu com as disputas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), com renovadas pressões pela saída da diretora Lisa Cook. Na Europa, a crise política francesa segue em foco, com a oposição pressionando pela dissolução da Assembleia Nacional diante da antecipada derrota do governo no voto de confiança convocado para 8 de setembro. O movimento pode causar uma turbulência nos mercados de títulos da região, com efeitos incertos para o euro.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,01%, a 98,232 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se desvalorizava a US$ 1,1634 e a libra tinha avanço a US$ 1,3497. A moeda americana tinha alta ante a japonesa, cotada a 147,50 ienes.
A primeira metade de 2025 registrou a maior queda semestral do dólar americano em mais de 50 anos e, para 2026, a moeda americana pode enfraquecer ainda mais, na avaliação do Lombard Odier. Segundo o banco suíço, o movimento pode acontecer já que o afrouxamento do Fed provavelmente ocorrerá isoladamente, enquanto outros grandes bancos centrais já concluíram seus ciclos de política monetária.
“Esta será a primeira vez em anos que o Fed estará desalinhado em relação às políticas monetárias de outros grandes bancos centrais”, menciona, ao rebaixar a perspectiva para a moeda americana para negativa. Para o Lombard Odier, altos prêmios de prazo e preocupações persistentes sobre a exposição excessiva a ativos americanos sem hedge também contribuirão para o enfraquecimento do dólar. “Vemos o euro e as moedas asiáticas sendo as mais beneficiadas pela fraqueza do dólar”, acrescenta.
O impacto da turbulência política francesa nos mercados cambiais foi contido até o momento, o que não é surpreendente, avalia o ING. A correlação entre o euro e os spreads soberanos da zona do euro é geralmente mínima, exceto por breves picos durante períodos de intenso estresse no mercado de títulos, aponta. “Os desdobramentos em torno das potenciais negociações de paz entre Ucrânia e Rússia representam um risco muito maior para o euro. Nossa projeção para o para o euro permanece inalterada em US$ 1,17 para o final do terceiro trimestre e US$ 1,20 para o final do ano”, conclui.