30/10/2020 - 18:02
O dólar operou hoje perto da estabilidade contra os principais pares, em uma sessão marcada pela volatilidade e expectativa pelas eleições nos Estados Unidos. Com indicadores relevantes na zona do euro divulgados nesta sexta-feira, a moeda comum se desvalorizou perante a americana, com o avanço da covid-19 no radar. Por sua vez, a libra se fortaleceu perante o dólar, com o Brexit recebendo atenção. Entre as emergentes, a lira turca e o rublo se destacaram com duas das principais desvalorizações.
O índice DXY, que mede o dólar frente a seis moedas de economias desenvolvidas, fechou o dia em leve alta de 0,09%, a 94,038 pontos. Durante a sessão, o DXY chegou a operar negativamente, tendência revertida ao longo do pregão, o que ajudou o dólar a ter sua melhor semana em um mês, de acordo com a Western Union, que ressalta a “incerteza” pela eleição da próxima terça-feira.
Hoje, o Departamento do Comércio dos EUA informou que os gastos com consumo no país subiram 1,4% em setembro ante agosto, acima da previsão de analistas consultados pelo Wall Street Journal, de alta de 1%.
A atividade da França saltou 18,2% no terceiro trimestre ante o segundo, a da Espanha cresceu 16,7%, a da Alemanha, 8,2%, e a da Itália, 16,1%. Já o PIB da zona do euro cresceu 12,7% no mesmo período. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,3% na comparação anual de outubro, seguindo a expectativa. “Os dados validaram os temores do Banco Central Europeu (BCE) de que a economia do bloco perdeu impulso, e é sinal inequívoco de mais estímulos em dezembro”, avalia a Western Union.
No continente, o avanço da covid-19 segue levando o temor de novos lockdowns, em dia que Itália e Portugal marcaram recordes no número de casos. A moeda comum era cotada a US$ 1,1651 no fim da tarde em Nova York. Já o iene, considerado um ativo seguro, variou pouco frente a moeda americana, e no mesmo horário o dólar era cotado a 104,68.
“A continuação das negociações pelo Brexit sugere que ambas as partes ainda preferem um acordo a nada”, avalia o Julius Baer. Um acordo poderia trazer uma euforia com relação à moeda britânica, na visão do banco, que pondera: “Assim, esperaríamos que a libra suavizasse novamente a euforia após uma verificação da realidade e continuamos a traçar uma perspectiva de longo prazo neutra”. Na próxima semana, a libra terá ainda a expectativa pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Por hoje, a moeda era cotada a US$ 1,2959.
A lira deu continuidade a uma semana de constantes renovações de mínimas históricas perante o dólar, que era cotado a 8,332 liras hoje. O movimento é guiado por tensões geopolíticas e uma decisão de manter a taxa de juros do banco central do país na última semana, que não foi bem recebida pelo mercado. Outra moeda a sofrer importante desvalorização foi o rublo, com o dólar cotado a 79,555, em dia de queda no petróleo, para um ativo frequentemente atrelado à commodity.