O dólar mantinha a fraqueza registrada nos primeiro seis meses de ano, quando teve sua pior performance no primeiro semestre desde 1973. A moeda foi negociada em queda ante o iene e próximo da estabilidade frente ao euro. A libra esterlina se manteve firme.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,06%, a 96,819 pontos, após computar baixa de 10,7% no semestre passado. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caia a 143,79 ienes, o euro se depreciava a US$ 1,1788 e a libra tinha alta a US$ 1,3740.

O dólar chegou a ganhar, brevemente, fôlego com a aprovação do projeto de lei de impostos e gastos do presidente Donald Trump no Senado, que pode impulsionar a economia, mas deve ampliar o déficit do país, um fator nocivo para a moeda americana. Mas o movimento do dólar logo se esvaiu enquanto os investidores aguardam o payroll. A sessão trouxe dados sólidos do mercado de trabalho nos EUA e alguns relatórios do PMI industrial mostram que a atividade praticamente não foi afetada pelas tarifas.

O dólar provavelmente se depreciará ainda mais, já que enfrenta uma série de ameaças, afirmou Kit Juckes, do Société Générale, em nota. Essas ameaças incluem o crescimento mais lento dos EUA e a inflação mais alta devido às tarifas, afirmou. A confiança no compromisso do Federal Reserve (Fed) com a inflação baixa também pode ser corroída por mudanças na equipe do BC ou em seu mandato. “O que o dólar tem a seu favor é que muitas notícias negativas já estão precificadas nos níveis atuais.”

Por sua vez, o euro perdeu ímpeto após máxima em mais de três anos frente ao dólar na véspera. O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Letônia, Martins Kazaks, disse que o BCE fará no máximo pequenos ajustes adicionais nos juros básicos, mas comentou que se o euro continuar se valorizando, as chances de uma nova redução de juros aumentarão.