O dólar operou em alta nesta segunda-feira, 11, começando uma semana marcada pela publicação de amanhã do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho nos Estados Unidos, que tende a ser relevante para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Além disso, há grande expectativa pela reunião entre o presidente norte-americano Donald Trump e o russo Vladimir Putin na sexta-feira, podendo ser decisiva para os desdobramentos na guerra da Ucrânia, influenciando o euro.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,35%, a 98,520 pontos.

Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se depreciava a US$ 1,1607 e a libra caia a US$ 1,3428. A moeda americana tinha alta ante a moeda japonesa, cotada a 148,21 ienes.

“Os traders entram nesta semana com um mínimo de apreensão. Afinal, esta é a semana em que o CPI pode atenuar a visão do mercado de um Fed disposto a cortar até duas ou três vezes este ano, a partir de setembro”, afirma Thierry Wizman, estrategista global de câmbio e taxas no Macquarie Group.

Nos EUA, a perspectiva de que o Fed cortará taxas com entusiasmo no segundo semestre de 2025 surgiu apenas após o relatório de emprego de julho, em 1º de agosto, e tem dependido muito pouco, até agora, de quaisquer dados de inflação, lembra. “Um CPI surpreendentemente alto, se for impulsionado apenas pela inflação de bens relacionada a tarifas, pode não levar o Fed de volta à hibernação. Mas um dado alto porque a inflação dos serviços básicos está mais elevada pode derrubar a narrativa de um Fed muito flexível em setembro”, projeta.

Nas negociações da guerra da Ucrânia, o analista avalia que uma paz estabilizaria o fornecimento de energia e reduziria a busca por refúgio geopolítico, impulsionando o euro ante o dólar. “Em linhas gerais, acreditamos que o euro pode se recuperar ainda mais com um cessar-fogo, ou se a paz for alcançada, já que os gastos com defesa não serão reduzidos”, afirma.

“Haveria maior segurança energética, preços de energia mais baixos e menor incerteza geopolítica para fluxos à alternativas, como o franco suíço, o iene ou o dólar. Ainda haveria um maior compromisso geoestratégico da Europa com a construção de seu complexo industrial de defesa nos próximos dez anos”, conclui.