02/09/2025 - 17:45
O dólar operou em alta nesta terça-feira, 2, com destaque para o avanço ante os pares europeus, em dia de forte queda da libra. Os temores fiscais na Europa contribuíram para uma disparada nos rendimentos dos títulos locais, que atingiram máximas em anos, no caso do Reino Unido, o maior nível desde 1998. As perspectivas para o orçamento local diante do avanço da dívida pesaram na moeda britânica. Na zona do euro, o grande tema é a crise política francesa desencadeada pela tentativa de aprovar um corte de gastos, e que consolida cada vez mais a queda do governo do primeiro-ministro, François Bayrou.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,64%, a 98,397 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se desvalorizava a US$ 1,1643 e a libra tinha queda a US$ 1,3390. A moeda americana tinha alta ante a japonesa, cotada a 148,37 ienes.
Segundo a Capital Economics se a ministra da Finanças britânica, Rachel Reeves, continuar cumprindo sua regra fiscal com uma margem de 10 bilhões de libras, provavelmente terá que arrecadar entre 18 e 28 bilhões de libras no Orçamento de Outono, principalmente por meio de impostos mais altos. “Suspeitamos que as famílias e os bancos sofrerão o impacto do aumento de impostos, e o impacto na economia no próximo ano será um consumo mais fraco do que o normal, uma inflação mais alta e um dilema estagflacionário ainda pior para o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Na zona do euro, a aceleração do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) em 2,1% hoje acabou com as esperanças de um corte de juros em setembro pelo Banco Central Europeu (BCE), afirma a Pantheon Macro. “A questão agora é se os membros dovish terão outra oportunidade no quarto trimestre ou no início do próximo ano”, aponta. O membro do Conselho do BCE François Villeroy de Galhau afirmou que a inflação está bem controlada e que o crescimento econômico segue em linha com as previsões.
O ING destaca que fatores sazonais podem fortalecer o dólar nesta mês. As empresas americanas têm uma data importante para o imposto de renda em 15 de setembro, e pagamentos na moeda ocasionalmente causam oscilações nos mercados monetários americanos. “Observamos que o índice DXY se recuperou em sete dos últimos dez meses de setembro. Em suma, pode não ser um caminho de mão única para um dólar mais baixo em setembro, apesar da perspectiva de números de emprego mais fracos e do iminente corte de juros do Fed”, aponta.