O dólar operou em alta nesta terça-feira, 17, impulsionado pela escalada de tensões entre Irã e Israel no Oriente Médio. Além da continuação dos ataques entre ambos os lados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de menções à uma possível intervenção americana na guerra. A semana conta ainda com importantes decisões de política monetária, como a do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) na última madrugada, que manteve juros, anuncio que também é esperado após o fim da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira, mas, nos dois casos, analistas observam as sinalizações para os próximos passos das autoridades.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,84%, a 98,820 pontos.

Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 145,27 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1487 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3487. No mesmo horário, a moeda norte-americana avançava a 19,0225 pesos mexicanos.

O BoJ deixou a principal taxa de juros inalterada pela terceira vez consecutiva. O BoJ também informou que reduzirá as compras mensais diretas de Japanese Government Bonds (JGBs) para 2 trilhões de ienes de janeiro a março de 2027, com valor reduzido em cerca de 400 bilhões de ienes a cada trimestre até março de 2026; e 200 bilhões de ienes a cada trimestre a partir dos meses de abril a junho de 2026. O BoJ manterá uma postura de espera por mais tempo do que o esperado, na avaliação do ING.

O banco holandês destaca que o presidente do BC japonês, Kazuo Ueda, está cauteloso em relação às tarifas dos EUA e o impacto negativo sobre investimentos e salários, mas não expressa preocupações imediatas sobre a inflação.

Apesar do aparente alívio na inflação, o Fed deverá deixar inalteradas as taxas de juros americanas na decisão monetária desta quarta-feira, pela quarta vez consecutiva. O consenso entre analistas consultados pelo Broadcast é de que dirigentes do BC americano vão adotar uma postura de “esperar para ver” os efeitos das tarifas e de tensões geopolíticas sobre as expectativas inflacionárias dos EUA. Contudo, persiste a incerteza sobre o tom a ser adotado pelo comunicado e sobre as projeções para cortes de juros.

Nesta terça, o dólar voltou a ficar acima dos 19 pesos mexicanos. O nível da moeda americana abaixo dos 19 pesos foi celebrado na última semana pelo governo da presidente do México, Claudia Sheinbaum, especialmente após o ativo ter se desvalorizado fortemente com as disputas tarifárias desencadeadas por Donald Trump nos últimos meses.