04/09/2025 - 17:26
O dólar operou em alta nesta quinta-feira, 4, ante a maioria das moedas, com pequeno avanço ante as rivais europeias, em uma sessão que antecipa a divulgação de amanhã do payroll, o principal relatório de empregos americano. O resultado pode consolidar a perspectiva de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na reunião de setembro, e inclusive abrir espaço para novas reduções de taxas. O destaque do dia foi a publicação do relatório ADP de vagas no setor privado. Na Europa, o avanço dos rendimentos dos títulos diante do temor fiscal segue no radar.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,21%, a 98,347 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se desvalorizava a US$ 1,1653 e a libra tinha queda a US$ 1,3434. A moeda americana tinha alta ante a japonesa, cotada a 148,47 ienes.
O setor privado dos Estados Unidos criou 54 mil empregos em agosto. Analistas consultados pela FactSet estimavam a geração de 85 mil postos de trabalho no mês passado.
O ING acredita que o euro deve retomar o nível acima de US$ 1,17. “Os mercados podem não ser muito agressivos em relação a uma reavaliação dovish do Fed (a menos que os números de empregos nos EUA sejam particularmente ruins), mas já há diferenciais de juros de curto prazo suficientes para justificar uma reavaliação”, aponta. Já a libra se recuperou, com os títulos públicos britânicos se recuperando após a queda que chamou a atenção na terça-feira, o que esteve totalmente em linha com os movimentos globais dos títulos, avalia o banco.
Com o evento do Orçamento de Outono do Reino Unido agora marcado para 26 de novembro, os mercados reduziram ainda mais as chances de um corte na reunião de 6 de novembro, mas aumentaram ligeiramente as chances de um corte em dezembro. “Isso segue a lógica de que o anúncio de aumentos de impostos que amortecem o crescimento e a inflação pode inclinar a balança de volta para o lado dovish do BoE”, aponta o ING. “Ainda acreditamos que o BoE cortará os juros antes do final do ano e, embora tenhamos considerado que a queda da libra foi exagerada, os próximos meses provavelmente verão várias manchetes e especulações sobre o conteúdo do Orçamento, com riscos elevados de repercussões negativas para os títulos públicos britânicos e a libra”, avalia.