O dólar operou em queda ante a grande maioria das moedas hoje, em uma sessão com acirramento das disputas comerciais desencadeadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de renovadas percepções de fraqueza da economia americana e de um provável relaxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Amanhã, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) têm marcado o anúncio de sua decisão às 8 horas (de Brasília).

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,61%, a 98,177 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se apreciava a US$ 1,1659 e a libra subia a US$ 1,3360. A moeda americana tinha queda a 147,19 ienes.

A agenda de indicadores esvaziada ajudou a consolidar as preocupações dos últimos dias com sinais de desaceleração da economia americana e com a sucessão no Fed. Nesta semana, Trump deverá indicar um nome para substituir Adriana Kugler. “Então, reiteramos nosso guidance para mais fraqueza do dólar”, afirma o UBS Wealth Management. A diretora do Fed Lisa Cook reconheceu que o payroll de julho foi “preocupante”, indicando que a taxa de desemprego ainda é um bom indicador para a fraqueza econômica.

O BoE deve cortar a taxa básica de juros em 25 pontos-base (pb), a 4,0% ao ano, em sua decisão de política monetária de amanhã, após mantê-la inalterada em junho. A decisão encontra suporte em um mercado de trabalho desaquecido e na desaceleração do crescimento dos salários, segundo o consenso de bancos e consultorias consultados pelo Broadcast.

Entre emergentes, o dólar operou perto da estabilidade com a moeda indiana, a 87,7065 rupias, em um dia de noticiário intenso para a economia do país asiático. O banco central da Índia (RBI) manteve a taxa básica de juros em 5,5% ao ano, em decisão unânime, e interrompeu um ciclo de três reduções consecutivas. Já a Casa Branca divulgou ordem executiva que prevê tarifa adicional de 25% sobre os produtos da Índia pela contínua compra de petróleo russo.

O peso chileno operou na contramão, recuando cerca de 1% ante o dólar, depois que o banco central do país anunciou planos para aumentar suas reservas internacionais, surpreendendo os investidores após ter reiterado seu conforto com as reservas cambiais. A é um programa de acumulo de até US$ 18,5 bilhões ao longo de três anos para alterar a composição de suas fontes de liquidez. No fim da tarde, o dólar avançava a 974,30 pesos chilenos.