12/08/2025 - 17:03
O dólar operou em baixa nesta terça-feira, 12, seguindo a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de julho. A leitura reforçou as perspectivas de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais brando ao longo deste ano, o que enfraqueceu o ativo americano perante a grande maioria das moedas. No radar esteve ainda o anúncio da prorrogação de trégua comercial entre Estados Unidos e China ao longo dos próximos 90 dias.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,43%, a 98,097 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se apreciava a US$ 1,1670 e a libra subia a US$ 1,3496. A moeda americana tinha queda ante a japonesa, cotada a 147,75 ienes.
O CPI dos Estados Unidos subiu 0,2% em julho ante junho. Na comparação anual, avançou 2,7% em julho, repetindo a variação do mês anterior. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam altas de 0,2% e 2,8%, respectivamente. A leitura coloca o Fed no caminho para cortar as taxas de juros na reunião de setembro, na avaliação do CIBC. O banco canadense cita que o núcleo do CPI mostrou que as pressões sobre os preços “pareceram um pouco mais intensas em julho, mas não há nada muito preocupante”.
“Permanecemos pessimistas em relação ao dólar e vemos potencial para novas quedas no segundo semestre. Dados mistos dos EUA nos últimos meses injetaram risco para as duas direções, mas vemos os dados mais recentes de julho como reacendendo as preocupações com a estagflação, algo que consideramos negativo para o dólar”, afirma o Bank of America (BofA). Mesmo que as leituras da inflação permaneçam estáveis e o Fed recue na precificação de mercado, vemos novos cortes como uma questão de “quando” e não de “se”, e essa oscilação deve ser um obstáculo persistente para o dólar, diz o banco.
“A perspectiva para mudanças na liderança do Fed reforça ainda mais esses riscos de queda. Já do lado do euro, o padrão para surpresas europeias positivas na frente política e econômica é baixo, e ainda menor do que antes”, aponta o BofA. Na Europa, o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha caiu hoje para 34,7 em agosto ante 52,7 em julho.
O índice alemão se deteriorou mais do que o da zona do euro como um todo, o que, para a Oxford Economics, significa que os analistas esperam que o impacto das tarifas se manifeste no curto prazo, antes que qualquer impulso dos novos gastos fiscais consiga compensá-lo.