São Paulo, 11 – O dólar operou em baixa ante a maioria das moedas, seguindo o anúncio do acordo comercial entre Estados Unidos e China em Londres, seguindo dias de tratativas. Além disso, o dia contou com a leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano de maio, que veio com um avanço ligeiro, reforçando perspectivas para um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro. Entre as moedas emergentes, o destaque foi o peso mexicano, que voltou a ficar abaixo de 19 na comparação com o dólar, tocando níveis que não alcançava desde agosto de 2024.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,47%, a 98,631 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caia para 144,61 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1485 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3541, e dólar tinha queda a 18,9430 pesos mexicanos.

O CPI dos EUA subiu 0,1% em maio ante abril e 2,4% na taxa anual, enquanto o núcleo avançou 0,1% no confronto mensal e 2,8% no anual, todos abaixo do previsto pelo Projeções Broadcast. O mercado ampliou expectativas de que o Fed começará a reduzir juros em setembro após leitura. As probabilidades de redução acumulada de 50 pontos-base (pb) ou mais ao longo desta ano também aumentaram, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

O CPI é “uma boa notícia”, mas possui distorções e o impulso das tarifas será mais perceptível durante o verão (no hemisfério norte), avalia a Oxford Economics. Segundo a consultoria, o dado se beneficiou de algumas pressões desinflacionárias persistentes das tarifas, por meio da queda dos preços do petróleo. De acordo com a Oxford Economics, a partir do mapeamento de dados, o Fed “deve ser encorajado”, mas o número divulgado não aumenta significativamente as chances de o BC americano cortar as taxas de juros antes de dezembro. “O Fed quer ver como a inflação se comporta neste verão, quando as tarifas a atingirem com mais força”, acrescenta.

Na zona do euro, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou que a decisão de corte dos juros, realizada na semana passada, ajuda a garantir que o desvio negativo projetado da inflação nos próximos dezoito meses permaneça apenas temporário. Já o governador do Banco da França e dirigente do BCE, François Villeroy de Galhau, disse que a situação atual do BCE é favorável, mas que isso não significa que as taxas de juros sejam necessariamente fixas.