01/08/2025 - 17:27
O dólar operou em forte baixa nesta sexta-feira ante a maioria das moedas, em uma sessão que teve como destaque a publicação do payroll dos Estados Unidos, que apresentou uma criação de empregos bem abaixo do esperado na economia americana. Como resultado, aumentaram as perspectivas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) neste ano, além da possibilidade de uma recessão no país.
O ativo ainda ampliou a queda no fim da sessão após a diretora do Fed Adriana Kugler anunciar que renunciará ao cargo. Além disso, o mercado operou reagindo aos anúncios tarifários do presidente Donald Trump. Por sua vez, a moeda americana ainda assim acumulou uma alta na semana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,83%, a 99,141 pontos, enquanto avançou pouco mais de 1% na semana. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se apreciava a US$ 1,1578 e a libra avançava, cotada a US$ 1,3271. A moeda americana também tinha queda a 147,46 ienes.
A Pantheon Macroeconomics avaliou que as fortes revisões para baixo nos dados de emprego dos EUA confirmam uma “desaceleração acentuada” do mercado de trabalho e aumentam a convicção de que o Fed iniciará o ciclo de corte de juros já em setembro. “Os dados do mercado de trabalho de julho nos deixam mais confiantes de que o Fomc reduzirá os juros em 75 pontos-base (pb) até o fim do ano, em três passos de 25 pb, começando em setembro”, afirma a consultoria.
“Os fracos dados de hoje desfizeram grande parte da recuperação do dólar nesta semana. Embora o índice DXY ainda esteja em alta na semana, e 2,5% mais forte desde o início de julho, o aumento do risco de recessão nos EUA e a consequente queda nas expectativas para as taxas de juros americanas ameaçam minar as perspectivas para o dólar”, aponta a Capital Economics.
“Nossa previsão para o fortalecimento do dólar no segundo semestre do ano baseia-se, em grande parte, em nossa visão de que a economia americana permanecerá resiliente e o FOMC manterá a política monetária inalterada até 2026. Claramente, isso agora parece menos provável; em um cenário de recessão, o dólar provavelmente se desvalorizará em relação a moedas de menor rendimento, como o iene e o euro, mesmo que possa se recuperar em relação a outras moedas mais arriscadas”, avalia.
“Como as expectativas de taxas de juros em outros lugares também aumentaram, os diferenciais de não se alteraram muito. De fato, mesmo após a forte queda de hoje nas expectativas de taxas de juros nos EUA, a diferença de taxas ponderada pelo DXY é apenas um pouco menor, em termos líquidos, em relação ao último mês, porque as expectativas de taxas de juros fora dos EUA também caíram em resposta aos dados mais fracos do payroll”, aponta a consultoria.