14/01/2025 - 18:40
O dólar operou em baixa nesta terça, 14, ante a maioria das moedas, após um período de altas da moedas americana, que levou o índice DXY, que mede o ativo ante seis pares, a operar acima dos 110 pontos. O cenário foi impulsionado pelas perspectivas de o Federal Reserve (Fed) manter uma política mais restritiva ao longo de 2025, e, nesta condição, a divulgação de indicadores de inflação nos Estados Unidos hoje ofereceu uma visão de potencial flexibilização da postura da autoridade. Além disso, as chances de as tarifas do presidente eleito Donald Trump serem impostas de maneira mais gradual, algo sugerido por uma reportagem da Bloomberg, elevou o apetite por riscos do mercado.
No fim da tarde em Nova York, o dólar tinha alta a 157,97 ienes, o euro subia a US$ 1,0307 e a libra avançava a US$ 1,2206. O índice DXY fechou em baixa de 0,62%, a 109,273 pontos.
O aumento mais modesto do que o esperado no Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e a estabilidade do núcleo em dezembro foram avaliados como “encorajadores” pela Capital Economics. “No entanto, esses números mascaram saltos de preços em alguns componentes-chave que impactam diretamente o indicador preferido de inflação do núcleo PCE pelo Fed”, pondera a consultoria.
Na visão do UBS, os dados econômicos dos EUA deverão permanecer fortes no curto prazo. “Em outros lugares, notícias econômicas
tem sido mistas, permanecendo as perspectivas de crescimento para a Europa moderadas. Onde a incerteza interna surgiu nas últimas semanas, incluindo na União Europeia (crescimento e política) e no Reino Unido (fiscal), esta foi acompanhada por fraqueza monetária”, aponta o banco, que diz que a potencial divergência da política monetária poderá empurrar o dólar para cima no curto prazo.
“Ainda esperamos que o Fed reduza as taxas duas vezes neste ano, num total de flexibilização de 50 pontos base, mas não esperamos estas reduções antes do segundo trimestre. Em contrapartida, esperamos que o Banco Central Europeu (BCE) reduza as taxas em 100 pontos base no primeiro semestre do ano. A divergência política é um poderoso impulsionador das moedas, o que leva a tendências nos mercados cambiais e ao potencial de ultrapassagem das taxas de câmbio”, conclui o UBS.
Hoje, o Banco Central da Argentina ajustou o regime cambial, após a divulgação de dado de inflação ao consumidor. Em comunicado, a autoridade monetária informou que, a partir de 1º de fevereiro, permitirá a desvalorização mensal de 1% do peso argentino, como parte do sistema conhecido como “crawling peg”. Até então, o ritmo de depreciação era de 2%. Segundo a nota, a decisão reflete a consolidação da trajetória inflacionária nos últimos meses e a expectativa de contínua baixa à frente.