29/01/2021 - 18:12
O dólar operou sem sinal único nesta sexta-feira, 29, frente às principais moedas rivais, sem grandes impulsos nos Estados Unidos, e com o euro se valorizando perante a moeda americana em parte da sessão, mas libra e iene se enfraquecendo. A moeda comum foi impulsionada por dados da Alemanha, mas a euforia diminuiu ao longo do dia. Já no Reino Unido, a expectativa pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) já ganhava atenção. Entre as moedas emergentes, a maioria se valorizou perante o dólar, após uma semana de baixas em meio ao sentimento de menor propensão ao risco no mercado.
O índice DXY, que mede o dólar frente seis moedas de economias desenvolvidas, fechou em alta de 0,14%, a 90,584 pontos. O movimento em parte foi guiado pelo iene, segundo maior componente do índice, e que se desvalorizou perante o dólar, com a moeda americana sendo cotada a 104,74 ienes no final da tarde em Nova York.
“Notícias confusas sobre a economia dos EUA” levaram o dólar a não ter direção única na sessão, de acordo com a Western Union. Os gastos do consumidor caíram 0,2% em dezembro, porém menos do que as previsões. A renda pessoal surpreendeu positivamente, um bom sinal para gastos futuros. A inflação aqueceu à medida que o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), o principal parâmetro de inflação do Fed, inesperadamente acelerou de 1,4% para uma taxa anual de 1,5%. Mas o mercado espera manifestações mais claras de uma inflação a 2%, a meta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), para se movimentar pelo dólar, de acordo com a Western Union.
Na zona do euro, a divulgação do PIB da maior economia, a Alemanha, e dos dados de desemprego no país deram força à moeda comum. “A perspectiva permanece moderada para a principal economia da Europa”, o que sugere que o ganho inspirado nos dados provavelmente não será significativo”, avalia a Western Union. Assim, o euro ficou estável perante o dólar, e era cotado a US$ 1,2135.
No Reino Unido, a decisão de política monetária do BoE – na qual se cogita a opção por adotar juros negativos -, guiou a libra. A fraqueza da economia é monitorada, em meio ao avanço da covid-19 e a seguidas medidas de restrição, o que pode abrir as portas para relaxamento ainda maior pelo BoE. No final da tarde, a libra se desvalorizava perante o dólar, cotada a US$ 1,3697.
Para os emergentes, a Capital Economics avalia que a “recente deterioração no apetite pelo risco explica grande parte da força do dólar nesta semana, mas esperamos que sua tendência de queda seja retomada”. “O quadro geral é que o dólar enfraqueceu significativamente nos últimos meses, junto com a recuperação dos ativos de risco”, avalia a consultoria. Nesta sexta, grande parte das moedas de economias em desenvolvimento se valorizou perante o dólar.