10/09/2025 - 17:09
O dólar operou em baixa no início do dia nesta quarta-feira, 10, mas se recuperou no fim da tarde e operava perto da estabilidade diante das expectativas para a reunião do Banco Central Europeu (BCE), que deve adotar um tom “um pouco dovish” e limitar a força do euro. O movimento compensou a pressão inicial após o PPI dos EUA mostrar queda inesperada em agosto, reforçando apostas em cortes mais rápidos de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda marginal de 0,01%, a 97,780 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro cedia a US$ 1,1701. A libra operava praticamente estável a US$ 1,3530 e a moeda americana se desvalorizava a 147,41 ienes.
O dólar perdeu força após a divulgação de que o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA caiu 0,1% em agosto, vindo de alta de 0,7% em julho. A surpresa negativa, antes do CPI desta quinta-feira, reforçou as apostas em cortes mais rápidos de juros pelo Fed. Segundo Aaron Hill, da FP Markets, isso “diminui a atratividade dos ativos em dólar e impulsiona saídas de capital”.
Já Joel Kruger, da LMAX Group, avaliou que a capacidade de alta do euro é limitada no curto prazo, já que a divergência de política monetária entre BCE e Fed “já está amplamente precificada”. Ele destacou que o mercado fez um “bom trabalho” em apostar na fraqueza do dólar diante das expectativas de cortes de juros pelo Fed, enquanto praticamente eliminou as chances de novas reduções de taxas pelo BCE.
O Bank of America (BofA) avaliou que o euro enfrenta “riscos levemente negativos” em torno da reunião de amanhã do BCE, em razão da expectativa de uma coletiva “um pouco dovish”, mas ponderou que o encontro não deve ser um “grande evento” para o câmbio. Para o euro/dólar, contudo, o banco mantém visão construtiva, destacando que o BCE teria mais flexibilidade para adotar estímulos adicionais se necessário, enquanto o Fed lida com dilemas mais complexos entre inflação e crescimento. Além disso, após o acordo comercial entre EUA e União Europeia, há “uma barreira mais baixa para surpresas positivas” na moeda comum.
*Com informações da Dow Jones Newswires