07/08/2025 - 17:42
O dólar operou sem sinal único nesta quinta-feira, 7, com menor variação com relação ao euro e ao iene, e uma queda com relação à libra, que contou com um impulso de uma decisão do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) mais restritiva que o esperado. Outra movimentação importante foi do peso mexicano, que também contou com anúncio sobre política monetária do respectivo banco central. No fim da sessão, a moeda americana ainda perdeu força com a nomeação pelo republicano de Stephen Miran, para o cargo de diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), no lugar de Adriana Kugler.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,23%, a 98,400 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se depreciava a US$ 1,1651 e a libra subia a US$ 1,3432. A moeda americana tinha queda a 147,14 ienes.
Para Thierry Wizman, estrategista global de câmbio e taxas no Macquarie Group, a fraqueza do dólar nas últimas sessões talvez seja uma renovada perda de confiança na liderança dos EUA, especialmente com a série de tarifas altíssimas anunciadas nos últimos dias. “Isso certamente causou outra rodada de profunda consternação em relação aos EUA em capitais estrangeiras. A perspectiva de que os BRICS tenham ainda mais disposição para se unir contra o dólar e, assim, afastar o uso do dólar como moeda de reserva é o que pode estar se tornando mais palpável, na visão dos traders, a cada novo ataque tarifário a mercados emergentes”, avalia.
O presidente do BoE, Andrew Bailey, disse que a trajetória do juro britânico ficou mais incerta e que dependerá de arrefecimento adicional da inflação subjacente do Reino Unido. “É importante que não cortemos o juro básico de forma muito rápida ou excessiva”, afirmou, em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão do BoE de cortar a taxa em 25 pontos-base, a 4%. A Capital Economics destacou que a decisão deste mês foi bem mais apertada do que o esperado, com 5 votos a favor e 4 contra. A Capital previa um placar de 7 a 2. Além disso, o comitê de política monetária do BoE deu indícios de que será mais cauteloso nos próximos meses, ao avaliar, por exemplo, que o “risco de alta em torno das pressões inflacionárias de médio prazo” aumentou desde maio, apontou a consultoria.
O banco central do México (Banxico) decidiu cortar a taxa básica de juros em 25 pontos-base, para 7,75% ao ano. A decisão não foi unânime – quatro votaram pela redução e um votou pela manutenção dos juros. O Banxico indicou que pode avaliar “cortes adicionais” adiante, sempre que compatíveis com a trajetória necessária para levar a inflação à meta, evitando se comprometer com uma trajetória para a política monetária. No fim da tarde, o dólar avança a 18,6704 pesos mexicanos.