18/09/2024 - 17:40
O dólar era cotado sem direção única no fim da sessão ante os principais pares, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, comentar, em entrevista, que a dose de relaxamento monetário realizada hoje “é um movimento forte”, mas que não deve ser interpretada como o ritmo das próximas reuniões. A moeda americana subia ante o iene e o euro, enquanto cedia frente à libra esterlina. Mesmo com a hesitação, o índice DXY, que compila a cotação do dólar ante seis moedas fortes, tocou mínima no fechamento desde julho de 2023, absorvendo o efeito do corte de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros americana, anunciada no meio da tarde.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou com baixa de 0,30%, a 100,596 pontos, o menor nível desde 20 de julho de 2023, quando fechou a 100,792 pontos. Na mínima, o índice escorregou a 100,215 pontos. O dólar se apreciava a 142,65 ienes, às 16h50 (de Brasília). O euro recuava a US$ 1,1103, enquanto a libra subia a US$ 1,3180.
O dólar foi arrastado às mínimas da sessão após o Fed cortar a taxa dos Fed Funds em 50 pontos-base, para a faixa entre 4,75% a 5,00% ao ano. Na coletiva, Powell ressaltou que não há “um curso predeterminado” para administrar a taxa de juros. As falas acabaram atenuando o impacto do corte contundente de juros pelo BC americano, que já estava precificado pelo mercado.
A libra esterlina se mantinha firme ante o dólar, diante das expectativas de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve manter a taxa básica de juros em encontro nesta quinta-feira, sem seguir a postura do Fed. Os operadores previam uma chance de 74% de a taxa de juros ser mantida amanhã e uma hipótese de apenas 26% de redução de 0,25 ponto porcentual.
O euro cedia em meio a comentários divergentes de membros do BCE. O dirigente do BCE, François Villeroy de Galhau, citou a necessidade de mais cortes de juros na zona do euro, enquanto Joachim Nagel disse que a inflação ainda não está onde a autoridade monetária gostaria.
O iene cedia, enquanto a expectativa seguia de manutenção da taxa de juros no Japão em 0,25% ao ano na reunião desta semana.