01/04/2021 - 17:38
O dólar operou em queda ante suas principais moedas rivais nesta quinta-feira, com investidores repercutindo a queda nos rendimentos dos Treasuries, os títulos da dívida pública americana, e o aumento dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. O mercado também se manteve em compasso de espera pelo relatório de empregos da maior economia do mundo, conhecido como payroll, a ser divulgado na sexta-feira, 2.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, fechou em queda de 0,32%, aos 92,929 pontos. Na semana, houve ganho de 0,18%. O euro, principal componente do índice, avançava a US$ 1,1776 no fim da tarde em Nova York. Já a libra subia a US$ 1,3833, e o dólar recuava a 110,63 ienes.
Enquanto o mercado aguarda a divulgação do payroll de março nos Estados Unidos, que deve registrar a abertura de 500 mil a 1,1 milhão de vagas no mês, segundo estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, o dólar seguiu o recuo nos juros dos Treasuries durante a maior parte da sessão.
O crescimento acima do esperado nos novos pedidos de auxílio-desemprego no país, de 61 mil na semana passada, a 719 mil, também apoiou a fraqueza da moeda americana.
Apoiado pelo avanço da vacinação nos EUA e a adoção de estímulos fiscais, o dólar registrou um bom trimestre nestes primeiros três meses de 2021 segundo o analista sênior do Western Union, Joe Manimbo.
Na primeira sessão do segundo trimestre deste ano, porém, a moeda americana mostrou fraqueza com a forte alta nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, avalia. “Ainda que o indicador não vá impactar o payroll de amanhã, eles mostram um mercado de trabalho se recuperando aos trancos e barrancos”, afirma o economista, em relatório a clientes.
Já a diretora de estratégia cambial da BK Asset Management, Kathy Lien, avalia que o recuo do dólar nesta quinta-feira é apenas um ajuste diante dos ganhos entre janeiro e março deste ano. O dado desanimador para o mercado de trabalho americano divulgado hoje não deve tirar o foco do que deve ser um payroll forte amanhã, segundo ela. “Com as restrições às atividades diminuindo em todo o país, os restaurantes aumentando sua capacidade e o clima melhorando, as empresas estão contratando”, afirma Lien em relatório.