O dólar caiu em geral, após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter a política monetária e também a previsão de que haverá três cortes, de 25 pontos-base cada, nos juros dos Estados Unidos neste ano. A instituição manteve as opções em aberto, reforçando que há riscos na inflação, mas investidores deram mais peso à perspectiva de relaxamento mais adiante.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 151,14 ienes, o euro avançava a US$ 1,0921 e a libra tinha alta a US$ 1,2782. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava queda de 0,41%, a 103,413 pontos.

Mais cedo, houve certa volatilidade no DXY, que chegou a subir. Como esperado, o Fed não mudou a política agora, em decisão unânime. As projeções atualizadas reviram para cima a expectativa para o crescimento neste ano e também a inflação, mas a mediana dos dirigentes continua a apontar para três cortes de juros neste ano. O dólar chegou a ganhar força após a decisão, em quadro volátil, mas o sinal negativo se impôs, também durante a entrevista coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed.

Powell reconheceu que a inflação subiu acima do esperado em janeiro, mas recordou que o Fed já previa uma trajetória com sobressaltos para levá-la à meta de 2%. Ele disse que os dirigentes ainda buscam a confiança necessária de que essa meta será atingida, para apenas então decidir cortar os juros. No monitoramento do CME Group, crescia a chance de corte de juros pelo Fed até junho, em 74,6% no fim desta tarde.

A Pantheon comentou que dados recentes de inflação foram apontados pelo Fed como uma “interrupção, não uma tendência”. A consultoria diz inclusive que três cortes apenas nos juros podem ser pouco e projeta uma redução total de 125 pontos-base neste ano, começando em junho. A Capital Economics, por sua vez, afirma que o Fed continua a caminho de cortar os juros em junho e projeta 100 pontos-base de redução, em todo o ano de 2024.

No caso do iene, o BBH notava que a moeda continuava sob pressão, após nesta semana o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) elevar juros, mas enfatizar que continuará com política monetária mais relaxada, sem apontar para um ciclo de altas.