17/03/2025 - 17:07
O dólar operou em queda frente a outras moedas fortes nesta segunda-feira, 17, pressionado por falas do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou não haver “garantias” de que o país evitará uma recessão. Investidores monitoram as tensões na Ucrânia e em Gaza, além dos impactos econômicos das tarifas de Donald Trump. Pela manhã, dados de vendas no varejo e da indústria dos EUA deram leve suporte à moeda, mas o movimento não se sustentou. No radar do mercado, está a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira, que deve seguir com a manutenção das taxas.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,34%, a 103,370 pontos, com a moeda americana subindo a 149,23 ienes. O euro avançou a US$ 1,0922 e a libra esterlina subiu a US$ 1,2994.
Em entrevista à NBC News, Bessent minimizou a recente queda que eliminou trilhões de dólares de valor do mercado acionário e disse que correções são saudáveis.
No cenário geopolítico, Trump conversará amanhã com Vladimir Putin em meio às negociações para o fim da guerra na Ucrânia. A chefe de Relações Exteriores da UE, Kaja Kallas, afirmou que Moscou não demonstra compromisso real com a paz. No fim de semana, russos e ucranianos intensificaram ataques aéreos.
O republicano também reafirmou que pretende avançar com as tarifas recíprocas sobre produtos importados pelos EUA a partir de 2 de abril.
Para Robin Brooks, do Brookings Institute, o “ruído sobre tarifas” pesa na fraqueza do dólar, afetando o sentimento do mercado. No entanto, “os dados concretos – como as vendas no varejo dos EUA divulgadas hoje – são sólidos e não indicam recessão”. Segundo ele, o pessimismo com a moeda americana é “exagerado”.
Do lado do euro, o membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu e presidente do BC da Grécia, Yannis Stournaras, repetiu que sua expectativa é que a taxa terminal de juros atinja 2% até o 4º trimestre deste ano.
Além do Fed, investidores monitoram reuniões dos BCs do Japão, China, Inglaterra, África do Sul e Rússia até sexta-feira.