24/06/2025 - 17:26
O dólar operou em queda nesta terça-feira, 24, ante a maioria das moedas, com o cessar-fogo entre Israel e Irã impulsionando o apetite por risco no mercado. Com as disputas geopolíticas momentaneamente ficando de lado, investidores devem voltar as atenções para a postura dos principais bancos centrais, que nesta terça contaram com declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,57%, a 97,858 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía a 144,76 ienes, o euro se apreciava a US$ 1,1618 e a libra tinha alta a US$ 1,3625.
O frágil cessar-fogo entre Israel e o Irã e a consequente queda nos preços do petróleo abriram as portas para que os banqueiros centrais e os mercados retornem às atividades diárias de monitoramento de dados econômicos, aponta o Rabobank. Powell afirmou hoje que uma “maioria significativa” dos dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) acredita que será possível cortar juros mais tarde neste ano.
Em audiência na Câmara dos EUA, Powell reforçou que a política monetária dependerá da evolução dos indicadores econômicos. Para ele, ainda é “muito cedo” para especular as implicações das tensões no Oriente Médio para a economia dos EUA. “Como todo mundo, estamos monitorando situação”, disse. O discurso não sugere sinal de corte de juros no curto prazo, avalia a Capital Economics. A retórica contraria sinalizações dos diretores Michelle Bowman e Christopher Waller, que defenderam discussões sobre redução da taxa básica já na próxima reunião, em julho.
Na visão do Rabobank, a fraqueza da economia seguindo a divulgação de uma série de dados deixa em aberto o risco de outro corte na taxa de juros do Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) em agosto e, potencialmente, novamente em novembro. Em contrapartida, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que está próximo do fim do seu ciclo de flexibilização.
O vice-presidente do BCE, Luis De Guindos, afirmou que a troca de violências entre Israel e Irã cria uma “camada extra” de incerteza. Na ocasião, ele destacou a importância de permanecer vigilante quanto a uma possível desaceleração econômica e à política fiscal, não apenas da Europa, como também a dos EUA. O economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmou que as taxas de juros europeias parecem estar em nível neutro, próximas de 2%. “Mas não podemos ficar obcecados com um nível específico”, disse.