O dólar recuou nesta quinta-feira, 5, após dados mais fracos da economia americana ampliarem a chance de corte das taxas pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro nesta sessão que antecedeu a divulgação do payroll. O euro conseguiu se manter em alta mesmo diante da crise política na França, O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que deve anunciar um novo premiê nos próximos dias, após a renúncia de Michel Barnier. Já o iene avançou diante de perspectivas de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) possa elevar taxas na próxima reunião.

O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em baixa de 0,57%, a 105,714 pontos. Perto do fechamento de Nova York, o dólar recuava a 150,10 ienes, a libra tinha alta a US$ 1,2759 e o euro subia a US$ 1,0587.

O ING aponta que o DXY está ligeiramente mais fraco depois da divulgação do índice ISM de serviços ontem, que frustrou o consenso e tornou mais provável um corte na taxa do Fed em 18 de Dezembro. O calendário de dados dos EUA esteve leve hoje. Já os pedidos semanais iniciais de seguro-desemprego aumentaram mais do que o esperado, ainda que sigam muito baixos. O mercado, contudo, aguardava os dados de empregos do payroll de amanhã, que terão uma influência muito maior como direcionador do dólar, avalia o banco.

O ING aponta que o iene avançou depois que o dirigente do BoJ, Toyoaki Nakamura, com postura mais “dovish”, dizer que não é avesso a um aumento das taxas de juros. “Isto se segue a muitas oscilações do mercado sobre se o BoJ puxaria o gatilho para um aumento das taxas este mês. Acreditamos que sim e que os dados salariais japoneses de amanhã, em outubro, apoiarão esse apelo”, avalia o banco.

Já o rublo russo teve forte alta nesta sessão, com o dólar se desvalorizando quase 4% ante o ativo, com pagamentos pelo gás do país em foco. A moeda vinha fortemente pressionada nas últimas semanas após as sanções dos Estados Unidos ao Gazprombank, que era a fonte pela qual Moscou recebia pelos envios de gás a países como a Hungria. Hoje, o presidente Vladimir Putin anulou a obrigação de pagamento à instituição, enquanto o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, indicou que o país está buscando alternativas para o pagamento. “Todos nós temos interesse, tanto consumidores quanto fornecedores, em continuar essa cooperação”, afirmou. Ao fim da tarde, o dólar recuava a 100,998 rublos ante 105,000 do final da tarde de ontem.