O dólar perdeu força em relação às principais moedas do mundo nesta terça-feira, 6, frente à falta de progresso nas negociações dos Estados Unidos com seus parceiros comerciais, especialmente com a China. Além disso, a proximidade da decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantém a cautela em relação à moeda americana.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuou 0,59%, para 99,238 pontos. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar caía para 142,42 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1382 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3386.

Para os analistas do Monex Europe, a moeda americana pode voltar a subir se o Fed reduzir as expectativas do mercado por cortes de juros na reunião de quarta-feira. O mercado está precificando a possibilidade de um corte em junho, mas dados recentes dos EUA sugerem que é improvável que haja flexibilização da política monetária antes do quarto trimestre, afirmam.

A inflação no país continua elevada, e tarifas de importação adicionais estão prestes a aumentar ainda mais as pressões sobre os preços. Enquanto isso, o mercado de trabalho continua sólido, contrariando as expectativas de desaceleração.

O cenário deixa pouco espaço para que o Fed faça “qualquer coisa além de rejeitar as expectativas de flexibilização monetária do mercado, destacando a resiliência das condições econômicas subjacentes”, afirmam os analistas do Monex Europe.

No início do dia, o dólar perdeu força com a divulgação de dados piores que o previsto da balança comercial dos EUA – uma consequência de compras antecipadas pela guerra tarifária deflagrada pelo presidente Donald Trump.

O euro subiu contra o dólar nesta terça-feira, após o líder do CDU, Friedrich Merz, conseguir ser eleito como chanceler na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão.

Já a libra desacelerou alta com relatos de que EUA e Reino Unido estão próximos de fechar um acordo comercial. Segundo o Financial Times, os termos suavizam as tarifas impostas por Trump ao reduzir as alíquotas sobre exportações britânicas de aço e automóveis.

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*Com informações da Dow Jones Newswires