30/06/2025 - 17:25
O dólar operou em baixa ante a maioria das moedas nesta segunda-feira, 30, com o índice DXY atingindo seu menor valor em três anos. O cenário de fraqueza da moeda norte-americana levou o ativo à sua pior performance no primeiro semestre desde 1973. As ingerências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) com usa pressão pelo corte de juros vem pesando na moeda, que se encontrou pressionada ainda pelas sinalizações de avanços nas negociações sobre disputas comerciais.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,54%, a 96,875 pontos. No semestre, a baixa foi de 10,7%. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caia a 144,15 ienes, o euro se apreciava a US$ 1,1780 e a libra tinha alta a US$ 1,3722. A moeda americana se desvalorizava a 1,3628 dólar canadense.
Para o Swissquote Bank, os investidores estão “otimistas e dispostos a assumir mais riscos” nesta semana. Em entrevista nesta manhã, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que “veremos uma onda de acordos comerciais” antes de 9 de julho, mas que há a possibilidade de retornar às tarifas impostas em 2 de abril. “Se as nações forem teimosas, as tarifas poderão aumentar novamente”, ressaltou.
Trump voltou a criticar o presidente do Fed, Jerome Powell, enquanto circulam informações de que o republicano pode anunciar substitutos para ocuparem o cargo de autoridade máxima do BC dos EUA. Trump chamou Powell de “muito atrasado” e disse que todo o conselho do Fed deveria “se envergonhar por permitir que isso acontecesse com os Estados Unidos”.
“Embora o dólar possa ocasionalmente apresentar uma modesta oferta de refúgio, devido às tensões latentes no Oriente Médio, acreditamos que a tendência fundamental de baixa permanece intacta. Com dados recentes dos EUA sendo fracos, esperamos que os mercados comecem a reagir com mais firmeza contra a postura agressiva do Fed”, aponta o BBH. “De fato, algumas autoridades do Fed já estão reagindo contra Powell e outras provavelmente se juntarão a elas nos próximos dias e semanas. A reprecificação do mercado para a flexibilização do Fed, juntamente com a redução dos impulsos de risco, deve abrir espaço para uma nova queda do dólar”, avalia.
Por sua vez, o euro perdeu ímpeto após a divulgação de que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da Alemanha teve alta de 2,0% em junho, uma desaceleração na comparação a maio, quando teve alta de 2,1%. O resultado contrariou a previsão de analistas consultados pela FactSet, que previam avanço de 2,2%.