O dólar apresentou movimentos mistos nesta segunda-feira, 10 subindo frente ao iene e ao euro, mas recuando ante a libra. O comportamento desigual refletiu o maior apetite por risco após o Senado dos Estados Unidos votar pelo avanço de uma medida que pode financiar o governo até janeiro, alimentando expectativas de fim da paralisação que já dura 41 dias.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou perto da estabilidade, com baixa de 0,01%, a 99,589 pontos. Por volta das 17h50 (de Brasília), o dólar subia a 154,05 ienes, enquanto o euro se desvalorizava a US$ 1,1565 e a libra tinha alta a US$ 1,3183.

A possibilidade de resolução do impasse reduziu a busca por ativos de refúgio. Apesar do otimismo, analistas do ING avaliam que o impacto sobre o dólar tende a ser “mais misto”. Segundo eles, a moeda esteve pressionada no fim da semana passada por sinais de demissões, temores de contração econômica e dados fracos de confiança do consumidor. “O progresso para encerrar a paralisação pode ser mais sentido nas taxas cruzadas sensíveis ao risco do que no dólar”, escreveu o banco.

Entre outras moedas, o euro perdeu força após pesquisa apontar nova piora na confiança dos investidores da zona do euro em novembro. Já o iene recuou depois que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, disse trabalhar por uma nova meta fiscal plurianual que permita gastos mais flexíveis.

A libra, por sua vez, ganhou terreno no início de uma semana marcada pela divulgação de indicadores relevantes no Reino Unido. O ING avalia que as chances de um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Banco da Inglaterra em dezembro seguem subestimadas. “O mercado atribui apenas 60% de probabilidade a esse desfecho”, afirmou o banco, destacando que os dados salariais nos próximos dias devem mostrar nova desaceleração e reforçar a confiança de que a inflação está perdendo força.