17/12/2025 - 18:23
O dólar norte-americano avançava ante pares no fim da tarde desta quarta-feira, 17, enquanto investidores aguardam a divulgação de amanhã do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), ao mesmo tempo em que euro e libra eram influenciados pelas expectativas em torno das decisões de juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também nesta quinta-feira.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, teve alta de 0,23%, a 98,368 pontos. Por volta das 17h50 (de Brasília), o dólar subia a 155,70 ienes, enquanto o euro caía a US$ 1,1748 e a libra perdia a US$ 1.3385.
O BBH pontua que a alta do dólar se assemelha a uma “recuperação técnica”, com os fundamentos ainda apoiando a tendência de queda. Os analistas pontuam que o Federal Reserve (Fed) tem espaço para corte de até 50 pb em 2026, “porque a demanda por mão de obra nos EUA está fraca e os riscos de alta para a inflação não estão se consolidando”.
As atenções se voltam ao CPI dos Estados Unidos, previsto para amanhã, e que pode recalibrar as expectativas do mercado por cortes nos juros do país. Enquanto isso, declarações de dirigentes do Fed sinalizam um caminho. Raphael Bostic afirma que a inflação está longe da meta há cinco anos, enquanto Christopher Waller defende que o índice está controlando, afirmando ser possível reduzir os juros e depois moderar perspectivas de inflação.
Waller, um dos candidatos à presidência do BC norte-americano, disse ainda que não há nada de errado com interações entre o Fed e o governo dos EUA. Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, saiu em defesa de outro candidato ao cargo, o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett.
A retração inesperada no CPI britânico alimentou expectativas de corte nos juros pelo BoE, o que tende a favorecer a desvalorização da libra no curto prazo. Para 2026, entretanto, os analistas divergem. O MUFG avalia que a libra deve continuar pressionada, levando em conta que o ciclo de cortes de juros deve continuar por mais tempo que de outros BCs de economias desenvolvidas. Já o Bank of America diz que o BoE deve manter uma abordagem “gradual” – prevendo um segundo corte apenas em fevereiro, com o risco de alta na inflação mantendo os dirigentes “cautelosos”.
No caso do BCE, a expectativa é de manutenção das taxas, mas as possíveis sinalizações revisões nas projeções econômicas da instituição e comentários da presidente Christine Lagarde após a decisão de política monetária podem movimentar o mercado.
Na América Latina, o dólar subiu a 917,80 pesos chilenos, no horário citado acima. A movimentação acontece após o banco central do Chile cortar os juros em 25 pontos-base, a 4,5%, em decisão unânime.
*Com informações de Dow Jones Newswires