Depois de uma forte queda na primeira sessão do novo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o dólar ficou perto da estabilidade ante pares, observando as potenciais políticas tarifárias do republicano. Por sua vez, moedas de países citados como alvos de taxações, caso de México e Canadá, estiveram pressionadas. Fora da administração do americano, o mercado aguarda com expectativa a decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) na próxima sexta-feira, quando a maioria das projeções é de uma alta de juros pela autoridade.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis principais moedas, fechou em queda de 1,23%, a 108,062 pontos. Ontem, em razão de feriado nos Estados Unidos, o índice não teve fechamento, acumulando queda desde a última sexta-feira. O dólar caiu a 155,56 ienes. A libra esterlina avançou a US$ 1,2332. O euro subiu a US$ 1,0420. A moeda americana avançou a 1,4347 dólar canadense. Entre emergentes, o dólar subiu a 20,6610 pesos mexicanos.

Sinais contraditórios em torno dos planos tarifários da administração Trump são uma indicação precoce de que, pelo menos em alguns aspectos, o segundo mandato será provavelmente semelhante ao primeiro, avalia a Capital Economics. “Ontem, assistimos a uma forte liquidação do dólar, após relatos de que as cerca de 100 ordens executivas que o presidente que regressava assinaria no seu primeiro dia de mandato não incluíam quaisquer aumentos imediatos nas tarifas. Poucas horas depois, o dólar recuperou-se depois de Trump ter sugerido que iria impor tarifas de 25% ao Canadá e ao México em fevereiro”, aponta a consultoria.

“Este padrão de fugas e contagens é familiar desde a guerra comercial EUA-China de 2018-19, que contou com muitos desses eventos. Tal como acontecia naquela altura, a incerteza em torno das intenções de Trump resultará provavelmente numa grande volatilidade a curto prazo nos mercados cambiais”, projeta a Capital Economics.

O principal responsável pela política cambial do Japão prometeu permanecer atento às possíveis reações do mercado às políticas do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já causaram algumas oscilações no iene nesta terça-feira. “Os mercados podem responder tanto positiva quanto negativamente se a administração Trump fizer vários anúncios no processo de gestão de políticas, possivelmente afetando as taxas de juros no mercado, a política monetária e os níveis da moeda,” disse Atsushi Mimura, vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais, em um evento em Tóquio.