O dólar operou em alta nesta segunda-feira, 17, ante a maioria das moedas rivais, em sessão marcada pela menor liquidez, em virtude do feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, que manteve mercados fechados. A moeda americana se recuperou após encerrar a última semana com perdas, e investidores seguem atentos à postura do Federal Reserve (Fed), com o banco central sinalizando um aperto monetário e potencialmente uma alta nos juros.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 114,61 ienes, o euro recuava a US$ 1,1410 e a libra tinha baixa a US$ 1,3646. O DXY teve alta de 0,10%, a 95,258 pontos.

Com uma consolidação da visão de que o Fed aumentará as taxas de juros três vezes em 2022, juntamente com dados conflitantes na semana passada, “os mercados estrangeiros se tornaram mais atraentes em meio ao crescimento da rotação de valor em ações”, avalia a Western Union. Enquanto isso, o debate sobre a inflação continua a orientar a volatilidade, aponta, lembrando que a incerteza permanece em níveis elevados devido a dados inconsistentes, como o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA subindo 7% em dezembro – maior alta em 39 anos, enquanto os preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiram apenas 0,2% mensalmente.

Para a consultoria, isso está alimentando o debate sobre se a inflação atingiu um pico e, mesmo que tenha, por quanto tempo permanecerá acima da meta de 2% do Fed. “Um rápido arrefecimento da inflação dos EUA provavelmente seria negativo para o dólar, o que foi demonstrado na semana passada quando o euro subiu para $1,15 após o PPI”, aponta a Western Union.

Já o ING afirma que o dólar tem mais espaço para se recuperar, após perdas recentes. Para o banco holandês, o movimento deve ocorrer graças à narrativa hawkish do Fed e o crescimento dos EUA. “Esperamos que o DXY volte ao nível 96,00 à medida que nos aproximamos da reunião do Fed de 26 de janeiro”, projeta. No caso do euro, o ING destaca a publicação da ata relativa à última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana, que pode dar indicações sobre a postura da autoridade. Além disso, a análise cita a política italiana, com o Parlamento local definindo o próximo presidente nas próximas semanas, o que pode alterar a trajetória dos títulos italianos.