O dólar se valorizou nesta quinta-feira, 23, ante outras moedas principais, após o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos superar a expectativa e reforçar a possibilidade de postura mais dura pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para conter a inflação. Com isso, o euro inverteu o sinal de mais cedo e caiu, enquanto a libra também recuou, esta já sob pressão após PMI do Reino Unido. Entre emergentes, o dólar blue, negociado no mercado paralelo da Argentina, renovou máxima histórica.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 156,91 ienes, o euro recuava a US$ 1,0811 e a libra tinha baixa a US$ 1,2695. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,17%, a 105,108 pontos.

O PMI composto dos EUA avançou de 51,3 em abril a 54,4 na prévia de maio, máxima em 25 meses, segundo a S&P Global, bem acima da previsão de 51,2 dos analistas ouvidos pela FactSet. O PMI de serviços subiu de 51,3 a 54,8 na mesma comparação, ante expectativa de 51,5, e o industrial foi de 50,0 a 50,9, quando se esperava 50,2.

O dado apoiou o dólar e, no monitoramento do CME Group, levou o mercado a elevar a chance de juros elevados por mais tempo nos EUA. Na avaliação da Pantheon, o PMI chamou a atenção hoje, mas deve se mostrar um movimento pontual, diante de sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e da inflação.

Entre dirigentes do Federal Reserve (Fed), Raphael Bostic afirmou que os dados mais recentes sugerem que a inflação voltou a desacelerar, mas em um processo lento rumo à meta de 2%. Além disso, Bostic argumentou que a força da economia tira pressa do BC americano para agir, no quadro atual.

Na Europa, o PMI composto da zona do euro subiu de 51,7 em abril a 52,3 na preliminar de maio, acima da previsão de 52,0. O indicador chegou a sustentar a moeda comum, mas adiante na sessão a força do dólar se impôs. A libra, por sua vez, já estava pressionada desde o PMI do Reino Unido, que recuou de 54,1 em abril a 52,8 na leitura composta de maio, quando se esperava 54,0.

Entre emergentes, o dólar blue renovou recorde nominal histórico na Argentina, negociado a 1.300 pesos na máxima do dia. No horário citado, ele ajustava um pouco o movimento, em 1.280 no mercado paralelo, segundo o jornal Ámbito Financiero. A publicação citava analistas que mencionavam alguns motivos para o movimento, como a falta de mais dólares vindos de exportações, ajustes diante da inflação local, alguns dados fracos de vendas e salários e reacomodação dos preços, como consequência dos juros mais baixos oficiais, após cortes do Banco Central da República Argentina (BCRA). No câmbio oficial, o dólar avançava a 890,6669 pesos argentinos.

O dólar ainda caía a 32,1778 liras turcas, com a moeda da Turquia oscilando não muito distante da estabilidade após o BC local mais cedo decidir manter sua taxa básica de juros em 50% pela segunda vez consecutiva, apesar da inflação que continua a ganhar força.