25/08/2025 - 17:17
O dólar operou em alta nesta segunda-feira, 25, ante a maioria das moedas, recuperando as perdas da última sessão, quando o ativo operou pressionado pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, quando o dirigente abriu portas para cortes de juros pela autoridade nas próximas reuniões. O destaque entre as quedas foi o euro, que chegou a cair perto de 1% ante o ativo americano, em meio às turbulências políticas na França, que ameaçam o governo do primeiro-ministro François Bayrou e os planos orçamentários de cortes de gastos no país.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,73%, a 98,430 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), o euro se depreciava a US$ 1,1633 e a libra recuava a US$ 1,3452. A moeda americana tinha alta ante a japonesa, cotada a 147,83 ienes.
Para o sênior-fellow do Instituto Brookings Robin Brooks, o dólar está em tendência de alta desde 2 de julho, e reveses periódicos, como as revisões da folha de pagamento em 1º de agosto, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em 12 de agosto e o discurso de Powell em Jackson Hole em 22 de agosto, afetam o dólar, mas após cada um deles, ele volta a subir. “Isso é importante. Os mercados não estão mais negativos em relação ao dólar”, avalia.
Bayrou causou comoção na política hoje ao anunciar que convocaria os parlamentares para uma reunião extraordinária em 8 de setembro, duas semanas antes do retorno ao trabalho. Na Assembleia Nacional, será realizada uma votação de confiança, que ameaça o governo, em meio às tratativas para aprovar o orçamento de 2026, que prevê cortes de quase 44 bilhões de euros. Em caso de derrota, um cenário cogitado é a convocação de eleições parlamentares antecipadas pelo presidente Emmanuel Macron. Líderes da oposição, incluindo do Partido Socialista e Marine Le Pen, que comanda o Renovação Nacional, manifestaram que devem votar contra o governo.
O dólar operou volátil contra o won sul-coreano, oscilando entre ampliar ou devolver ganhos robustos, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a Coreia do Sul nas redes sociais. “Parece um expurgo ou uma revolução. Não podemos permitir isso e fazer negócios lá”, escreveu, horas antes da visita do presidente Lee Jae Myung. Lee foi eleito após o impeachment de Yoon Suk Yeol, líder conservador que tentou convocar uma lei marcial para decretar estado de emergência no fim do ano passado e é investigado por liderar uma insurreição. No fim da tarde, o dólar subia a 1.390,91 wons sul-coreanos.