12/05/2025 - 17:10
O dólar avança mais de 1% nesta segunda-feira, 12, impulsionado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. As duas maiores economias do mundo anunciaram a suspensão temporária da maior parte das tarifas aplicadas uma contra a outra, o que levou a moeda americana a tocar a máxima em um mês durante o pregão.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 1,44%, a 101,788 pontos, após ter tocada a máxima de 101,977. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 148,40 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1090 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3179.
Segundo Erkin Kamran, CEO da Forex Traze, o alívio nas preocupações sobre a economia dos EUA e a redução das apostas em cortes de juros explicam o impulso recente da moeda americana. O Commerzbank avalia que a trégua reduz os riscos de recessão e aceleração inflacionária para os americanos.
Ainda assim, analistas do Goldman Sachs ponderam que o avanço do dólar deve ser visto com cautela. “O acordo é apenas um adiamento de 90 dias, e não uma retirada definitiva das tarifas, o que mantém a incerteza elevada quanto ao desfecho das negociações comerciais”, escreveram em relatório.
Para George Saravelos, estrategista do Deutsche Bank, os efeitos positivos de uma melhora no comércio global tendem a beneficiar mais as outras economias do que os próprios EUA. “Isso pressiona o dólar, especialmente frente a moedas sensíveis ao crescimento global”, diz.
O dólar subia mais de 1,5% frente ao iene e ao franco suíço, moedas tradicionalmente consideradas refúgios em momentos de aversão a risco. “Com o avanço das bolsas globais, essas divisas sofreram grandes perdas”, comentou Lynn Song, economista do ING.
A libra recuava frente ao dólar, com os investidores atentos a uma semana cheia de dados no Reino Unido, entre eles, os indicadores de emprego e PIB. Já o euro pode ganhar força contra o dólar, segundo Song, diante da expectativa de aumento no estímulo fiscal por parte da Alemanha.
*Com informações da Dow Jones Newswires