05/06/2025 - 17:13
São Paulo, 5 – O dólar operou com volatilidade nesta quinta-feira, 5, alternando entre leves altas e baixas, enquanto investidores digeriam dados mistos da economia americana, que reacenderam receios de estagflação. O euro ganhou força diante da moeda americana após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmar que a política monetária em “boa posição para enfrentar incertezas”, depois do corte de juros promovido nesta quinta.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, cedia 0,5%, a 98,741 pontos. Perto das 16h50 (de Brasília), o dólar era negociado a 143,74 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,1440 e a libra esterlina subia para US$ 1,3574.
Nos EUA, o déficit comercial recuou em abril para nível muito abaixo da projeção de especialistas. Por outro lado, os pedidos de auxílio-desemprego subiram acima do esperado. Já o custo unitário do trabalho saltou 6,6% no primeiro trimestre, reforçando preocupações com pressões inflacionárias persistentes.
Agora, o mercado volta as atenções para o relatório de emprego (payroll), que será divulgado amanhã. O dado pode ajudar a calibrar expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
“O relatório de maio será crucial para confirmar se os temores de estagflação são válidos ou exagerados. Se vier fraco, deve pressionar o dólar”, afirmou Mansoor Mohi-uddin, economista-chefe do Bank of Singapore.
O euro resistiu com ganhos depois do corte esperado de 0,25 ponto porcentual anunciado pelo BCE.
Durante a coletiva, Lagarde afirmou que a política monetária está em posição favorável para lidar com incertezas e mencionou a possibilidade de o euro ganhar protagonismo como reserva global de valor. O Goldman Sachs adiou de julho para setembro a sua previsão para o último corte da taxa de juros pelo BCE.
O dólar australiano se valorizou frente à moeda americana, apesar do PIB da Austrália mais fraco do que o esperado. Já o iene japonês recuou, embora siga negociado acima de 142 por dólar. “O diferencial de juros continua sendo o principal motor para um possível teste da resistência em 145 ienes”, disse Christopher Lewis, da FXEmpire.