12/11/2020 - 22:02
Os consumidores que estão pensando em adquirir uma moto podem conseguir um bom negócio por conta da pandemia, que gerou uma retração na demanda e, consequentemente, uma queda na produção. A afirmação é do presidente do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo.
Para o executivo, o menor volume de negociações oferece mais espaço para os consumidores debaterem os preços. Mas é preciso tomar cuidado com a segurança financeira em uma operação de compra da moto e a manutenção do seu pagamento, caso seja em forma parcelada.
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“Acredito que o consumidor possa fazer um bom negócio nesse momento, com alto poder de barganha, mas é necessário não comprometer a sua renda. O ideal é que as parcelas não ultrapassem 20% da renda total corrente”, avisa.
Em relação aos consumidores que já possuem motocicletas, o presidente diz que o momento não é favorável para realizar a venda. “Quem pensar em vender a sua moto terá uma pressão muito grande para a diminuição dos preços. Não estamos em um mercado comprador. O consumidor pode ter dificuldades em alcançar o valor que gostaria pelo veículo”, orienta Felisoni.
Segundo relatório da Abraciclo, entidade que representa o setor, a produção da indústria de motocicletas, instalada no polo industrial de Manaus (AM), teve queda de 13,5% na passagem de setembro para outubro.
Na comparação com outubro de 2019, o volume produzido recuou 16,7%, para um total de 90,9 mil unidades, segundo a entidade.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, atribuiu, em nota, a queda na produção aos protocolos de prevenção ao coronavírus por aumentarem o tempo de produção, já que, em razão da norma de distanciamento, menos operários podem trabalhar simultaneamente.
No entanto, Felisoni vê a queda na demanda como fator determinante para a menor produção. “A massa real de pagamentos é 5% menor do que a observada em dezembro de 2019, o que limita o volume de compras”, conclui Felisoni.