DOHA (Reuters) – Depois de um mês hipnotizante de surpresas, quando vários forasteiros ameaçaram o status quo do futebol, a final da Copa do Mundo terá um clima familiar no domingo, quando dois dos pesos pesados do esporte se enfrentam, cada um buscando um terceiro título.

Parece que faz muito tempo que a Argentina esteve na maior zebra estatisticamente da história do torneio ao ser derrotada pela Arábia Saudita, e a França, mesmo que com um time reserva, foi surpreendida pela Tunísia.

A Argentina se recuperou para liderar seu grupo, teve um final nervoso antes de derrotar a Austrália por 2 x 1 nas oitavas de final, depois desperdiçou uma vantagem de 2 x 0 ao levar gol nos acréscimos das quartas de final contra a Holanda antes de se classificar nos pênaltis.

+ Messi confirma que final da seleção argentina será seu último jogo em Copa

+ Argentina deve ter força total para final da Copa do Mundo contra França

Eles realmente encontraram seu ritmo contra a Croácia, eliminando um time que havia acabado de eliminar o Brasil, para avançar à final em alta.

A França parecia ser a melhor seleção do torneio nas duas primeiras partidas da fase de grupos e se recuperou da derrota para a Tunísia ao bater a Polônia por 3 x 1.

Eles foram testados até o limite pela Inglaterra em uma partida de quartas de final de alta qualidade, em que suas finalizações precisas provaram fazer a diferença na vitória por 2 x 1. Embora tenham criado pouco e tido que se defender na semifinal em que derrotaram Marrocos por 2 x 0, eles sempre pareciam no caminho da classificação.

Absolutamente nada do que aconteceu nos seis jogos anteriores importará para o time que triunfar no estádio Lusail, com capacidade para 88.000 pessoas.

A história que sustenta a partida para a maior parte do mundo é se Lionel Messi conseguirá colocar as mãos no troféu na quinta tentativa para finalmente se colocar ao lado – nunca acima – de Diego Maradona no coração de sua nação.

Se ele não carregou a equipe emocionalmente como Maradona fez para o segundo título de seu país em 1986, Messi, de 35 anos, certamente proporcionou momentos mágicos em campo, muitas vezes em períodos importantes.

A final marcará sua 26ª participação em Copa do Mundo, mais do que qualquer outro jogador.

ELIMINAÇÕES

O esporte, no entanto, tem uma tendência a não seguir o roteiro – e é por isso que bilhões acompanham em todo o mundo, com Japão, Coreia do Sul, Croácia e Marrocos se recusando a aceitar papéis de “atores coadjuvantes” e deixando Alemanha, Bélgica, Espanha e Brasil pelo caminho.

E, claro, ninguém na equipe francesa ou comissão técnica vai querer se juntar ao culto de Messi, um jogador que atrai fãs aos milhões em todo o mundo, independentemente de por quem ele joga.

A França também sabe que tem seu arsenal nas investidas de Kylian Mbappé, instintos de centroavante de Olivier Giroud e nas jogadas criativas de Antoine Griezmann.

Assim como Messi fez aquela combinação incrível de força e habilidade para preparar o terceiro gol da Argentina na vitória por 3 x 0 sobre a Croácia na semifinal, Mbappé conjurou um drible brilhante e de alta velocidade que rasgou a defesa marroquina para criar o segundo decisivo da França em sua vitória sobre o Marrocos.

Ele e Giroud têm nove gols somados no Catar, mas é Griezmann que tem sido o ponto de diferença ao flutuar em áreas que os defensores não gostam até conseguir passes precisos.

Tendo perdido para a Alemanha na final de 2014, a Argentina busca o terceiro triunfo após 1978 e 1986, mas a França é o time do momento.

Chegar a finais consecutivas é um prêmio com o qual eles não se importam muito, mas juntar-se a Itália (1938) e Brasil (1962) como o terceiro time a manter o troféu os consolidaria na mente francesa ao lado do time de 98 que ganhou pela primeira vez.

(Por Mitch Phillips)

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEIBF0NY-BASEIMAGE