De todas as montadoras do mundo, as japonesas Toyota, Honda e Nissan são as mais expostas aos riscos associados às mudanças climáticas, segundo um estudo da ONG Greenpeace publicado nesta sexta-feira (26).

A Toyota, número um mundial do setor, é a principal afetada, pois mais de 90% de suas fábricas de produção estariam altamente expostas a pelo menos um risco físico resultante das mudanças climáticas (inundações e furacões/tufões, altas temperaturas, incêndios florestais e seca …), afirma o estudo, com base em dados da Moody’s ESG Solutions.

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Suas compatriotas Honda e Nissan ocupam a segunda e terceira posição, respectivamente, seguidas pela americana General Motors, pela sul-coreana Hyundai e pela americana Ford.

No ranking global dos dez primeiros, os fabricantes europeus (Daimler, Stellantis, Renault e Volkswagen) são os menos expostos.

A superexposição de grupos japoneses aos riscos climáticos não surpreende, já que eles têm muitas fábricas no Japão, onde os tufões são frequentes.

Este mês, Toyota e Honda também tiveram que suspender a produção em algumas províncias chinesas devido às fortes temperaturas que atingiram o país e que causaram cortes de energia.

Em seu relatório, o Greenpeace insiste no caso da Toyota, que deve ser mais transparente sobre os riscos climáticos aos quais suas fábricas estão expostas e “tomar medidas mais contundentes para reduzir suas emissões de carbono”, segundo a ONG.

A mudança climática atual se distingue dos ciclos naturais passados por sua velocidade e pelo fato de ser devido às atividades humanas, segundo especialistas das Nações Unidas.

“A Toyota tem uma experiência sólida” na gestão de suas operações em caso de desastres ligados às mudanças climáticas, terremotos e incêndios, reagiu o grupo japonês nesta sexta-feira em um e-mail enviado à AFP.

“Como é impossível prever quando, onde e que tipo de catástrofe ocorrerá em cada país e região”, a Toyota acredita que é “mais importante” criar um sistema global a nível do grupo para minimizar danos e cooperar o quanto antes com seus fornecedores, “mais do que revelar o nível de risco climático” enfrentado por suas montadoras em cada um dos países em que o grupo está estabelecido.