16/07/2019 - 15:43
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse nesta terça-feira, 16, que o banco de fomento deve se acomodar em um patamar de desembolsos de cerca de R$ 70 bilhões por ano. “Isso ainda é bastante dinheiro”, argumentou.
O presidente do BNDES reforçou ainda que o banco continuará atuando em operações de longo prazo em infraestrutura. “E continuará lucrando com isso”, frisou. “O banco tem que ser avaliado não pelo volume que ele desembolsa, mas pelo volume de recursos que ele atrai para o Brasil em investimentos”, completou.
Ele lembrou que tem como meta a formatação de um plano trianual para a instituição. “Não estamos aqui para fazer lucro. Provavelmente o lucro do BNDES no futuro será menor do que o lucro que tinha no passado. Mas queremos que a sociedade tenha um lucro maior com a atuação do banco”, acrescentou.
Montezano explicou ainda que as devoluções de recursos do BNDES ao Tesouro Nacional não diminuem o capital do banco, pois saem do caixa financeiro da instituição. “O Índice de Basileia do BNDES é de cerca de 30%, muito acima de qualquer grande banco brasileiro”, completou.
Para o executivo, o ritmo de planejamento das privatizações nos primeiros seis meses de governo estaria normal. “Estamos confiantes de que estamos fazendo as coisas no ritmo correto. Não adianta atropelar, também estamos lidando com seres humanos. É como vender um apartamento, leva tempo. Ano após ano veremos esse ritmo crescer”, avaliou.
O presidente não confirmou a indicação do vice-presidente financeiro da Caixa, André Laloni, para uma diretoria do BNDES. “Laloni é funcionário da Caixa, não discutimos hoje a sua vinda para o BNDES”, respondeu.
Montezano não respondeu sobre a possível redução da dívida da Odebrecht com o banco de fomento nem sobre uma eventual execução das ações da Braskem. “Não tenho todas as respostas sobre essa operação. A Odebrecht passa por um processo de recuperação judicial e não sei se legalmente poderia fazer declarações sobre isso no momento”, limitou-se a responder.